O mandado de prisão temporária do marqueteiro João Santana é um duro golpe contra o governo e o PT. Além de ser o marqueteiro de Lula e Dilma Rousseff, ele é homem de confiança da presidente da República. É impossível descolar Santana do Planalto, porque ele é consultado com frequência quando o assunto é a imagem de Dilma. Depois do envolvimento do publicitário Duda Mendonça no mensalão, Santana virou o queridinho de petistas graúdos. O foco das investigações da 23ª fase da Lava-Jato representa, portanto, desgaste político e mais uma dor de cabeça para Dilma. São novas informações que podem atrapalhar a vida da petista no Tribunal Superior Eleitoral, no momento em que ela se defende do processo que questiona a origem do financiamento da campanha de 2014. Petistas negam irregularidades. Se investigadores suspeitam que o marqueteiro foi pago com recursos do esquema da Petrobras depositados em contas no Exterior, a partir desses depósitos, a Lava-Jato segue o rastro do dinheiro.

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HERANÇA

Os advogados de João Santana usam tese semelhante à defesa que salvou Duda Mendonça no mensalão. À época, o criminalista Luciano Feldens argumentou que o pagamento de Duda não era produto de lavagem de dinheiro, porque o serviço foi prestado e estava previsto em contrato, no caso, a campanha presidencial de 2002.

O RETORNO

No próximo dia 3 de março, haverá uma nova reunião da presidente Dilma com o Conselhão. Uma alternativa à CPMF e a reforma da Previdência são dois temas cascudos que ficaram pendentes do primeiro encontro.

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?HÁ VAGA

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) passou quase três meses na cadeia, foi solto e o governo ainda não nomeou um novo líder no Senado. A dificuldade estava em encontrar um nome de confiança e que, ao mesmo tempo, não esteja enrolado na Lava-Jato. O Planalto se apressa para anunciar um substituto.

MISSÃO

A equipe econômica está mobilizada para começar a partir de hoje uma campanha junto ao Congresso na tentativa de convencer os parlamentares a aprovarem a CPMF até junho. O argumento é de que não há dinheiro para pagar as contas e que esse é o único jeito de ajudar o país a sair da crise.