A juíza Cíntia Werlang, da 1ª Vara Criminal de Palhoça, na Grande Florianópolis, determinou a prisão preventiva dos três homens suspeitos de agredir e matar Deivid Duarte da Silva, em um posto de combustíveis da cidade. A decisão foi tomada em audiência de custódia, realizada na tarde desta quarta-feira (18).
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No texto da decisão, a juíza criticou a atitude dos suspeitos, dizendo que não cabe a eles fazer justiça com as próprias mãos.
A defesa informou que pretende recorrer e buscar um habeas corpus para todos. Enquanto isso, os três serão transferidos da carceragem da Polícia Civil para a Penitenciária de Florianópolis, onde vão aguardar as próximas fases da investigação e do processo. A polícia deve indiciá-los por homicídio qualificado, por terem impedido a defesa da vítima.
O trio foi preso na tarde de terça-feira (17), no local onde o crime aconteceu, no bairro Aririú. De acordo com a Polícia Civil, eles confessaram o crime e disseram que o Deivid tinha participado do roubo do carro de um deles, que aconteceu no dia anterior.
Na hora em que foi abordado pelos suspeitos, ele abastecia o veículo, que pertencia à mãe. Em depoimento, o trio disse que o automóvel tinha sido usado para dar suporte ao roubo do carro no dia anterior. A família, no entanto, diz que Deivid era uma boa pessoa e que não tinha relação com criminosos.
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O assalto a que eles se referiram foi registrado na polícia. O roubo foi por volta de 23h46min, também no bairro Aririú. O motorista do veículo, que trabalha com corridas de aplicativo, disse que foi acionado para uma corrida. Ao chegar, um grupo armado lhe deu voz de assalto e levou o carro. De acordo com a polícia, um dos suspeitos de matar Deivid era o próprio motorista assaltado.
Mais pessoas podem ser presas
De acordo com a delegada Michele Rabelo, as imagens das câmeras de segurança do posto devem ser analisadas, para verificar se outras pessoas participaram das agressões que mataram Deivid. Caso mais alguém seja identificado, há a possibilidade de novas prisões. O delegado-adjunto de Palhoça, Arthur de Oliveira Lopes deu mais detalhes de como aconteceu a ação.
Segundo ele, além dos três homens presos em flagrante, que iniciaram as agressões, outras pessoas que estavam no local "inflaram" o ato e aproveitaram para agredir a vítima.
— Dá pra perceber que as pessoas não tomaram a medida adequada para impedir aquilo. Pessoas que estavam no local, ao invés de apartar a briga, acabaram inflando um pouco mais. Algumas delas se aproveitaram e chegaram a atentar contra a integridade da vítima também. Pessoas oportunistas movidas pelo instinto de justiça, porque os agressores estavam bradando que a vítima era um ladrão — declarou o delegado.
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O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil de Palhoça. Apesar da prisão dos suspeitos em flagrante e da confissão deles, o inquérito ainda não foi concluído.