Onze dias depois de ter sido presa pela Marinha russa, a bióloga gaúcha Ana Paula Alminhana Maciel, 31 anos, ativista do Greenpeace, foi ouvida ontem pelo tribunal de Murmansk, no noroeste da Rússia, e terá de ficar pelo menos dois meses em prisão preventiva.
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Mantida em uma pequena cela diante do juiz, Ana Paula sorriu por instantes e exibiu uma anotação em inglês: “Save the Arctic” (Salve o Ártico).
Na sessão de ontem, além de Ana Paula, outros sete ativistas receberam a mesma determinação da Justiça. Eles foram indiciados por pirataria pela tentativa de abordar uma plataforma da empresa Gazprom no Ártico para protestar contra projetos de extração de petróleo na região. Na quinta-feira, o tribunal já havia ordenado a prisão até 24 de novembro de 22 ativistas a bordo do navio Arctic Sunrise e deixado os outros oito tripulantes detidos por 72 horas.
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Os investigadores justificaram as detenções alegando que os acusados poderiam fugir da Rússia. Se condenados, os ativistas podem ser punidos com até 15 anos de prisão.
Nas imagens disponibilizadas pelo Greenpeace International, ontem, Ana Paula diz que quer se comunicar com a mãe, Rosângela, que mora em Porto Alegre. Ela foi a última a entrar na sala. Em outro trecho da audiência, a ativista finlandesa Sini Saarela disse que se responsabiliza por suas ações, mas que não se considera pirata.
– Não sou pirata. Perfurar por óleo é uma enorme ameaça ao ambiente na Rússia e em toda a região ártica.
O Greenpeace irá recorrer da decisão. Segundo Fabiana Ferreira Alves, coordenadora da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, a organização entregou aos detidos mochilas com objetos de higiene pessoal, além de cartas de apoio. Manifestações de repúdio ao caso ocorreram em mais de 30 cidades pelo mundo.
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