A prisão dos joinvilenses Antonio Ademar dos Santos, 40 anos, e Emerson dos Passos, 38, foi especialmente comemorada pelos policiais que participaram da operação nesta quinta-feira no Norte do Estado. Antônio, conhecido como Tonho, é apontado como um dos pioneiros dos arrombamentos de caixas eletrônicos. Também foi apresentado como sendo o líder de um grupo que vinha atuando no Rio Grande do Sul nos últimos meses.
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Outros dois suspeitos de envolvimento na quadrilha eram procurados quinta-feira pela Polícia Civil do Paraná, mas não foram encontrados e são considerados foragidos. Os delegados gaúchos Guilherme Vondracek e Joel Wagner, da Deic do Rio Grande do Sul, lideraram a prisão dos dois.
Segundo Joel Wagner, o grupo liderado por Tonho já esteve em Porto Alegre várias vezes em 2013. No último dia 18, dois integrantes da quadrilha foram presos em Novo Hamburgo acusados de participar de pelo menos três ataques a bancos na região em menos de uma semana. Tonho e Emerson também são suspeitos de participar de dois arrombamentos na cidade de Campo Bom, no interior gaúcho.
– Infelizmente, Joinville tem exportado esses criminosos. E eles estão agindo no Rio Grande do Sul com muita frequência – disse Vondracek.
Desde agosto, 11 pessoas presas por envolvimento com este tipo de crime no Rio Grande do Sul são de Joinville ou moram na cidade.
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Desde o ano passado, segundo o delegado, a Deic mapeou dez quadrilhas com participantes de Joinville que usaram maçaricos ou furadeiras industriais para arrombar caixas eletrônicos no Estado gaúcho.
1990, a primeira geração do crime
Os caixeiros de Joinville ficaram famosos no final dos anos 1990, quando passaram a atuar em todo o País. As quadrilhas se especializaram em ataques a caixas eletrônicos. Era a primeira geração do crime que usava como gíria “fazer caixa”.
Naquela época, era comum o trabalho solitário, usando chaves de fenda, furadeiras magnéticas e spray ou cortinas para tapar as câmeras de vigilância dos bancos.
A partir das primeiras prisões, novos grupos se formavam, criando a segunda geração de caixeiros, nos anos 2000. A Polícia Civil tinha dificuldade em condenar os caixeiros presos porque não havia armas nem grupos que caracterizassem a formação de quadrilha.
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Os grupos também começaram a aliciar funcionários de metalúrgicas da cidade que eram especialistas em metalurgia e em aparelhos para corte de metais. Hoje, parte dos caixeiros passou a usar armas e até explosivos, mas quadrilhas joinvilenses continuam usando equipamentos industriais para os furtos.