Santa Catarina foi escolhida como sede brasileira da KBW, empresa de Dubai e que tem como presidente o príncipe Khaled Bin Al Waleed, membro da família real da Arábia Saudita. Pela primeira vez em Santa Catarina, o príncipe de 35 anos tem a agenda cheia e, entre os compromissos, encontros com políticos do Estado, em Florianópolis. A primeira delas começou às 9h, com o governador Raimundo Colombo, com quem deve conversar sobre as aplicações futuras em solo catarinense.

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O total investido e o local em que a holding será instalada, no entanto, ainda está sob sigilo. A negociação entre o Estado e a empresa começou em 2012, com a criação do programa Invest in Santa Catarina, que estimula empresas privadas estrangeiras a investirem na região.

O deputado estadual Renato Hinnig, que na época gerenciava a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, visitou a Embaixada de Oman para apresentar o programa e buscar investidores da Arábia Saudita e de regiões próximas interessados em SC. A relação foi positiva, tanto que o Instituto Árabe-Brasileiro investiu no projeto para que ele saísse do papel.

– Houve um interesse imediato do embaixador e, na semana seguinte, um consultor contratado pela KBW veio ao Estado para prospectar investimentos no Brasil – explica Hinning.

Hospedado desde ontem no Magestic, na Capital, o príncipe vai participar também de uma reunião com o presidente da Assembleia Legislativa, Joares Ponticelli, para depois conversar com a imprensa, às 14h. Apesar de não conhecer Santa Catarina, Kahled tem projetos no Brasil que superam R$ 1 bilhão – com foco principalmente nas áreas de infraestrutura, óleo e gás, mineração, construção e logística. Por aqui, Hinnig afirma que o investimento da holding será, inicialmente, no setor da construção civil.

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Holding será a segunda com modelo de registro bilíngue

Se for divulgada oficialmente a instalação da holding durante a visita, a KBW será a segunda empresa estrangeira a ter um registro bilíngue padronizado pela junta comercial do Estado. Até agora, a americana Basement Beats Records é o único negócio a abrir uma filial em SC pela nova forma de registro, que faz parte da proposta do Invest in Santa Catarina.

Segundo sua assessoria de imprensa, antes de voltar para a Arábia Saudita Kahled irá viajar a passeio para São Paulo. A passagem pelo Brasil começou ontem, quando desembarcou em Vitória para conversar com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, a respeito do terminal portuário Petrocity, em que é um dos investidores. É com o Estado, além do Ceará, que o escritório no Brasil fará os primeiros investimentos em projetos de longo prazo.

Perfil do príncipe Khaled Bin Al Waleed

– Membro da Família Real do Reino da Arábia Saudita, Kahled tem 35 anos e é formado em Business nos Estados Unidos.

– É filho do príncipe Al Waleed Bin Talaal, de 58 anos, considerado pela Forbes o 26º homem mais rico do mundo e o mais rico da Arábia Saudita. Seu pai é presidente da Kingdom Holding Company (KHC), que aplicou seu capital em empresas como a Disney europeia, Twitter e Apple.

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– Assim como o pai, preside uma companhia: a holding KBW (iniciais do seu nome completo), com sede em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Além de presidir a holding, Kahled controla ou é associado a mais de 20 empresas pelo mundo, entre elas o Seera Investment Bank, com sede em Bahrein; e a Raimondi Cranes, que fica na Itália.

– A KBW é uma empresa de capital fechado e de investimentos em longo prazo, com foco nas áreas de infraestrutura, óleo e gás, mineração, construção e logística.

– Não é a primeira vez que ele vem ao Brasil. Sua holding tem investimentos no país que superam R$ 1 bilhão. A Raimondi Cranes é dona de fábrica de guindastes para construção civil no Ceará, Nordeste, desde 2009. A KBW também tem participação na Royal Minerals, mineradora que deve iniciar operações no Espírito Santo em novembro deste ano, após obter as licenças ambientais.

– Em SC, a holding apoiou o Programa Invest in Santa Catarina, instituído em 2012 através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e com o apoio do Instituto Árabe-Brasileiro.

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