A falta dos laudos da perícia fez o Ministério Público (MP) devolver à polícia o inquérito sobre a morte da estudante Kátia Bessegato, 23 anos, em Joaçaba, no Meio-Oeste de Santa Catarina. O ex-namorado da vítima, Junior Piovesan, 21, estava preso há cerca de 60 dias em regime temporário. Como o prazo não pode ser prorrogado sem a expedição da prisão preventiva pelo Judiciário, o indiciado foi solto na sexta-feira.
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De acordo com o promotor Protásio Campos Neto, o MP só vai oferecer a denúncia ao Judiciário depois que todos os resultados das perícias estiverem com o inquérito, em especial o laudo que deve apontar de quem são os fios de cabelos encontrados nas mãos da vítima.
As análises estão sendo feitas pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) e não há prazo definido para serem concluídas.
– Devolvemos o inquérito à polícia para que ele seja novamente concluído, com todos esses elementos que faltam – explica o promotor.
Com o suspeito solto, a polícia tem um prazo maior para concluir o inquérito, anexando todos os laudos. Ainda de acordo com o promotor, a devolução do documento não significa nenhum tipo de julgamento.
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– Continuamos achando que Piovesan é o principal suspeito do crime. O fato de ele ser solto não tira e nem coloca culpa. Somente precisamos de mais elementos para fortalecer a denúncia – reitera.
O crime
Kátia e Junior namoravam havia cerca de nove anos. Eles moravam juntos em um apartamento na rua Angelo Scarpetta, no bairro Cruzeiro do Sul, em Joaçaba.
Conforme o delegado Maurício Pretto, responsável pelo caso, Piovesan se tornou violento e agressivo nos dois meses que antecederam a morte da ex-namorada. As amigas de Kátia falaram em depoimento que ela vinha reclamando do comportamento do companheiro.
No dia do crime, 24 de abril, foi ele quem chamou a polícia para informar que a ex-namorada havia sido morta. Quando os peritos chegaram ao local, a jovem estava caída em frente ao apartamento com quatro facadas.
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O rapaz foi preso na casa dos pais, em São João da Urtiga, no Norte do Rio Grande do Sul, em 20 de maio. Depois de 30 dias, a prisão temporária foi prorrogada por mais um mês.
Na última semana, a polícia solicitou a prisão preventiva do suspeito, que foi negada por faltarem elementos no inquérito. Depois de anexar os resultados ao documento, o delegado deverá indiciar o suspeito por homicídio qualificado e crime processual. A pena varia de 12 a 30 anos de prisão.