Em 2000, a reportagem que daria início à série nossa terra, publicada pelo DC, fez um raio X do Vale do Itajaí. Doze anos depois, este caderno pretende mostrar como estão as atividades produtivas tradicionais e identificar alternativas e perspectivas de futuro.

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Principal polo têxtil de Santa Catarina e um dos mais importantes do país, o Vale do Itajaí é uma região acostumada a se superar. Não só ressurge após cada enchente, como vence uma crise econômica após a outra.

Em junho do ano 2000, quando o Diário Catarinense fez uma reportagem sobre a região – que depois inspiraria a série Nossa Terra a percorrer todo o Estado -, a indústria têxtil, até então responsável pela maior produção de riquezas e pelo maior número de empregos do Vale do Itajaí, começava a se levantar de um grande tombo.

Depois de amargar cinco anos de sérias dificuldades, com déficits na balança comercial que, por dois anos consecutivos, superaram a cifra de US$ 1 bilhão, o setor iniciava uma lenta recuperação em 2000. Dava os primeiros sinais de retomar as exportações.

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No primeiro trimestre daquele ano, a curva ascendente das vendas externas já ultrapassava a das importações, com perspectivas de o setor entrar 2001 superavitário na balança comercial.

As máquinas de teares que moviam quase a metade da economia do Vale do Itajaí voltavam a operar a todo vapor, vencido o dramático processo de reformulação e corte de custos.

Nos anos que antecederam a retomada, a sobrevalorização cambial do real reduzia as exportações, a safra brasileira de algodão registrava queda, obrigando o setor a importar matéria-prima, e as importações ilegais e o contrabando de manufaturados atingiam US$ 500 milhões por ano.

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– Com tudo isso, as empresas tiveram que apelar para as reengenharias, adequar sua estrutura de custos a uma realidade de pressão de mercado e redirecionar o tipo de produto que faziam – afirmou, na época, o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau e Região (Sintex), Ulrich Kuhn.

Ainda hoje o setor se ressente com a concorrência dos importados. Agora, a pedra no sapato são os produtos chineses. Na Foz do Itajaí, o complexo portuário se preparava para ganhar novas dimensões.

O projeto de um novo terminal do outro lado do rio, bem em frente ao Porto de Itajaí, já existia desde 1998, mas a Portonave só ganhou a outorga do Ministérios dos Transportes em 2001. O terminal de Navegantes começou a operar em 2007.

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