As principais escolas particulares de Blumenau descartam a exigência da vacina contra Covid-19 para que os estudantes voltem às salas de aula. A reportagem do Santa conversou com os colégios Adventista, Barão do Rio Branco, Bom Jesus, Etevi e Sagrada Família, que foram unânimes em afirmar que aguardam determinação do governo do Estado e não adotarão regras pontuais quanto ao assunto (veja abaixo).
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O ano letivo está prestes a começar, e a vacinação contra Covid em crianças de cinco a 11 anos iniciou em Blumenau no domingo (16), com prioridade para pessoas com comorbidades e deficiências permanentes, no centro de pediatria da Policlínica Lindolf Bell. No último dia 20, a Anvisa ainda aprovou a Coronavac para vacinação de pessoas com idade entre 6 e 17 anos, o que coloca mais um imunizante à disposição para a faixa etária dos estudantes.
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Veja o que diz cada colégio
- Colégio Adventista
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De acordo com a diretora da unidade, Marilei Schlemper da Silva, em princípio a escola não vai exigir a vacinação, apenas se vier alguma nova determinação do governo. Ela afirma que não há grande procura ou questionamentos dos pais sobre o assunto.
- Escola Barão do Rio Branco
O diretor do escola, Marcos da Silva, afirmou que o colégio apoia as campanhas de vacinação, e acredita que essa é a saída para que não aconteçam surtos de gripe ou Covid nos ambientes de ensino.
Apesar disso, a Barão também não exigirá que as crianças estejam vacinadas contra a Covid-19, e ressaltou que acredita que isso só será possível quando houver vacinas disponíveis para todos.
— Temos que trabalhar a questão da conscientização, esse é o caminho — afirmou.
- Colégio Bom Jesus
Em nota enviada através de assessoria de imprensa, o diretor da unidade, Glauco Inocêncio Foltran, afirmou que o colégio “seguirá todas as determinações das autoridades municipais e estaduais em relação à presença dos seus alunos no ambiente escolar”.
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Próximo ao início do ano letivo, a instituição divulgará as mais recentes orientações quanto à organização das aulas que, até então, não contemplam a obrigatoriedade da vacina para a presença do aluno em sala de aula, conforme o atual decreto estadual”, diz a nota
- Etevi
Através de assessoria de imprensa, o pró-reitor de Ensino da instituição, Romeu Hausmann, afirmou que a Furb seguirá os decretos, como faz desde o início da pandemia.
- Colégio Sagrada Família
A diretora da unidade afirmou que vai aguardar a definição do Estado para depois comunicar aos pais.
O que diz a lei
O Estatuto da Criança e do Adolescente regulamenta no artigo 14 que “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”.
Em Blumenau, o decreto municipal nº 11.869, que entrou em vigor em 2018, exige que a carteira de vacinação da criança seja apresentada no momento da matrícula em escolas municipais, e que as vacinas obrigatórias estejam em dia.
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Na esfera estadual, a Lei nº 14.949, de 2009, alterada pela Lei nº 17.821, de 2019, afirma que há o dever de apresentação da caderneta de vacinação em dia do aluno com até 18 anos, em escolas da rede pública e privada de ensino.
No momento, a vacina contra Covid não é obrigatória, e portanto não há nenhuma medida governamental que exija o comprovante dessa imunização na hora de efetivar a matrícula dos alunos.
O que dizem os especialistas
A infectologista Sabrina Sabino, de Blumenau, que tem atuado no combate à pandemia desde o início, acredita que assim como a imunização contra outras doenças, a vacina contra Covid também deveria ser obrigatória.
— Na minha opinião faz muito sentido sim, é só vermos que existe uma lei que obriga os pais a mandarem a carteira de vacinação na hora da matrícula nas escolas municipais e estaduais. Isso é o mínimo, é básico, sem o cartão vacinal a criança não pode ser matriculada, e com a vacina da Covid deveria ser da mesma forma — argumenta.
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Para o infectologista Ricardo Freitas, que também atua em Blumenau, não há necessidade das escolas exigirem a vacina enquanto o governo não instituir essa obrigatoriedade.
— Se não há obrigatoriedade não há necessidade das escolas impedirem o acesso à educação das crianças que os pais não levaram para fazer a vacina. Eu acho que o mais prudente seria não solicitar o cartão vacinal das crianças para a vacina da Covid neste momento, e depois, que o Conselho Tutelar ou a Justiça verifique junto aos pais qual o motivo de terem tomado essa decisão. Acho que é uma questão pontual, caso a caso, mas impedir o acesso à educação jamais — avalia.
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Vacinas do calendário básico de crianças e adolescentes
Confira abaixo as vacinas que fazem parte do calendário básico de imunização das crianças e adolescentes, de acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica e Secretaria de Estado da Saúde.
- BCG
- Hepatite B
- Pentavalente
- Pólio inativada (VIP)
- Pneumo 10
- Rotavírus
- Meningo C
- Influenza
- Febre Amarela
- Tríplice Viral (VTV)
- Tríplice Bacteriana (DTP)
- Pólio oral (VOP)
- Tetraviral
- Hepatite A
- Varicela
- HPV
- Meningo ACWY
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Imunizantes contra Covid liberados para crianças
A imunização de crianças e adolescentes começou em doses pediátricas com a vacina da Pfizer, a única liberada para esse público até esta quinta-feira (20), quando a Anvisa autorizou também a Coronavac para pessoas de seis a 17 anos, com veto para quem é imunossuprimido.
Como publicado pelo colunista Evandro de Assis, no momento Blumenau tem 2 mil doses da vacina Coronavac em estoque, e aguarda orientações de Brasília e Florianópolis sobre como usar as vacinas disponíveis.
* Sob supervisão de Augusto Ittner
Por que vacinar crianças contra Covid?
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