Bruno Soares e Marcelo Melo são tão amigos que torcem até para o mesmo time. O final de semana pode ser de mais festas para os mineiros, afinal o time de coração deles, o Cruzeiro, pode ser campeão do Brasileirão neste domingo, se vencer o Goiás no Mineirão.
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A amizade dos dois é mais um fator que aumenta a confiança dos torcedores em uma conquista olímpica no Rio-2016. Separados, Soares e Melo estão entre os melhores duplistas do mundo. Bruno Soares joga ao lado do austríaco Alexander Peya, com quem levantou os troféus do Masters do Canadá, e os torneios de Barcelona, Valencia, entre outros.
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O parceiro de Melo é o croata Ivan Dodig. Juntos chegaram à decisão do ATP Finals _ que reúne as oito melhores duplas do mundo. Nem a derrota para os irmãos Bob e Mike Bryan, líderes quase absolutos do ranking desde 2003, tirou o brilho do resultado.
Juntos, eles formam uma das melhores duplas do mundo. Na Copa Davis, o ponto do jogo deles é dado como certo sempre. Em 2012, jogaram lado a lado na Olímpiada de Londres. Chegaram as quartas de finais, considerado um bom resultado. No entanto, na Olímpiada brasileira, a pressão por uma medalha dourada é grande. Os resultado deles trouxeram essa nova carga de responsabilidade.
– Temos total consciência da pressão que virá sobre nós. Mas também sabemos que temos potencial para a medalha de ouro. Vejo isso como um incentivo. As pessoas apostam na gente porque acreditam no nosso potencial – analisa Soares.
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Bons separados ótimos juntos
De 2009 a 2011, Bruno Soares e Marcelo Melo jogaram juntos, porém, desfizeram a dupla em busca de mais experiência com outros parceiros. Essa decisão foi importante para ambos. O crescimento e o sucesso deles separados foi maior e, a partir desse momento, ficaram ainda melhores quando juntos.
– Tivemos outras experiências, ficamos melhores. Jogamos juntos desde criança, ambos somos de Belo Horizonte. Conhecer uma pessoa assim tanto tempo é uma abertura para conversar sobre todos os assuntos – explica Melo.
Pouco antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a dupla mineira vai voltar a jogar os torneios juntos para ganhar ritmo em busca de uma medalha.
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– Estamos fazendo um planejamento para a Olímpiada em todos os aspectos. Será um momento único, não tem outra chance. Porque se você perde um Grand Slam, dois meses depois tem outro para você se recuperar. Na Olímpiada não – finalizou Melo. Confira as entrevistas com os tenistas:
Bruno Soares, Tenista
Diário Catarinense – Por que você e Melo se separaram em 2011?
Bruno Soares – Nós tivemos bons resultados. Partiu de mim separar. Achei que seria bom jogar com outras pessoas. No começo demoramos para encontrar o parceiro ideal. Depois disso tivemos uma melhora muito grande. Nada impede a gente voltar a jogar. Porém estamos muito bem deste jeito. Tanto separados quanto juntos. É só olhar os resultados de Copa Davis. A gente está evoluindo, então para que mexer em uma fórmula que está dando certo?
DC – Em 2012, em Londres, vocês venceram um jogo que durou 4h21min contra os tchecos Tomas Berdych e Radek Stepanek. O quanto vale essa experiência?
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Soares – Muito. Se você olhar a nossa chave não tinha como ser mais difícil, só se pegasse os irmãos Bryan na primeira rodada. Fizemos essa maratona e perdemos na semifinal. Isso ajudará na Olímpiada do Rio. Você já esteve ali, sabe o que esperar. Além de que vencemos eles por 24 a 22 no último set, sempre atrás porque o saque era deles. Isso dá uma maturidade enorme.
DC – Você teve uma grave lesão em 2005, ficou parado dois anos, isso faz você pensar que o próximo jogo pode ser o último?
Soares – Sim, quanto mais velho você fica, mais difícil é de correr atrás da recuperação. O importante agora (Soares tem 32 anos) é prevenção. Quando jovem você trabalha na preparação do corpo. Hoje trabalho mais com fisioterapia e recuperação após treinos e jogos.
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Marcelo Melo, Tenista
Diário Catarinense – Como é enfrentar seu amigo Bruno Soares?
Marcelo Melo – É uma profissão meio estranha. A gente anda junto, mas quando nos encontramos e é uma situação esquisita. Porque você prejudica um amigo e se beneficia. Porém, dentro das quadras cada um tem que encontrar o seu melhor. É chato, mas sabemos separar bem.
DC – Você esteve na final do ATP Finals, essa experiência pode ajudar no Rio-2016?
Melo – Essa semana no másters aprendi muita coisa, vale por anos de campeonato. São as oito melhores duplas e para chegar a final é um caminho muito longo, basicamente como a Olímpiada. Para chegar lá tem que ter um ótimo ano, para conseguir garantir uma vaga. Não se sabe que no outro ano estará lá. Nas Olímpiadas teremos muito mais experiência. Teremos jogado muito outros másters.
DC – Como é jogar com o croata Ivan Dodig?
Melo – A nossa parceria dá certo porque ele é muito diferente de mim. No comportamento fora de quadra e no estilo de jogo. Estamos juntos há três anos, entendo o Ivan e ele me entende. Eu sou muito tranquilo e absorvo muito coisas deles. Uma coisa engraçada é que ele me perguntou porque eu agradeço por tudo. Para ele é estranho. Ele me diz que somos amigos e que faz algo para mim não é favor, então não precisa agradecer. Há pouco tempo nasceu o filho dele, levei uma camisa do Brasil de presente e ele se surpreendeu. Nossa cultura é muito diferente e isso me faz aprender muito.
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