Os cabelos encaracolados e longos de Amanda Machado Manske lembram características de uma personagem forte e determinada do universo da Disney. Só que essa não é a única relação da blumenauense com a princesa Merida, do filme Valente. Foi por causa da personagem que a jovem se interessou, ainda na infância, por um esporte que nem conhecia em que, hoje, aos 18 anos, já coleciona até medalhas.
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Com a descoberta de um talento adormecido, Amanda conquistou, inclusive, um título inesperado: ela se tornou campeã sul brasileira de tiro com arco.
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A história, que poderia render uma obra cinematográfica, começou, justamente, dentro de um cinema. Em 2012, quando a trajetória de uma nova princesa era apresentada a crianças e adultos, Amanda, de apenas sete anos, foi assistir ao filme junto com os pais em uma sessão no shopping.
Mesmo depois de mais de uma década, a jovem ainda recorda do dia que mudou o destino dela.
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— Lembro que a gente foi assistir ao filme no cinema. Estávamos entediados em casa e fomos ao cinema. Aí eu, minha mãe e meu pai assistimos. E a história plantou uma sementinha na minha cabeça — conta.
Inspirada pela força e garra da personagem, Amanda saiu da sala de cinema determinada a ser como a princesa Merida. O sentimento de encanto poderia ter durado apenas alguns dias, mas a garota — que, na época, era apenas uma menina — estava disposta a aprender um esporte que ela nem sequer sabia da existência.
Não demorou para que Amanda ganhasse o primeiro arco e flecha da avó. O instrumento produzido por indígenas servia, na verdade, como um enfeite e era usado pela jovem em brincadeiras de infância. Até que em 2015, quando tinha 10 anos, ela foi em uma loja de caça com o pai, que ficava em um shopping, e pediu um arco “verdadeiro” para ele.

Por ser muito caro, o pedido da menina não foi atendido, mas o vendedor do local sugeriu que Amanda conhecesse uma escola de arco e flecha de Blumenau. O pai garantiu que, se ela fizesse uma aula experimental e gostasse do esporte, ele voltaria até a loja para comprar o arco e flecha.
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Promessa que se concretizou no natal daquele ano.
A menina que virou campeã
Assim que começou a frequentar a Associação de Tiro com Arco de Blumenau (Atablu), Amanda já sabia que aquela passaria a ser rotina dela. A jovem não demorou para pegar prática no esporte e, hoje, ainda considera a modalidade fácil, assim como também aparenta Merida durante o filme da Disney.
— Não é um esporte difícil, exige força nos braços. A concentração também é muito importante — explica.
Não à toa, um ano depois de entrar para a escola, em 2016, Amanda já passou a competir. O primeiro título veio logo em seguida, em 2018, quando se tornou campeã sul brasileira do esporte na categoria infantil. A disputa ocorreu em Gaspar e reuniu atletas de Santa Catarina, Paraná e do Rio Grande do Sul.
Amanda lembra com orgulho da pontuação que conquistou, na época — bem acima dos demais atletas — em uma vitória que rendeu um troféu inédito para a jovem.
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Depois disso, a blumenauense ressalta que alcançou recordes seguidos com o arco e flecha, sendo indicada, até mesmo, ao prêmio Gustavo Kuerten, como atleta revelação. Desta vez, no entanto, ela não venceu a disputa, mas o reconhecimento já é motivo de orgulho para Amanda, que sequer saiu do Ensino Médio e já coleciona medalhas no esporte.
Um filme que definiu um novo destino para a jovem
Antes de assistir ao filme da Disney, a jovem praticava natação. Hoje, ela acredita que, se não fosse pela influência da princesa Merida, provavelmente nem saberia da existência do arco e flecha e teria permanecido no esporte aquático. Um destino que acabou definido dentro de uma sala de cinema.
A importância da animação para Amanda ficou evidente no Blumenau Comic’s Experience, evento do universo geek que ocorreu na última semana de julho. Para comparecer ao encontro, não foi difícil pensar em uma personagem que tivesse um significado especial para ela.
Com um vestido verde, cabelo tingido de ruivo e um arco e flecha em mãos, a jovem se tornou a própria princesa Merida. E não nega a emoção ao se sentir, pela primeira vez, como a heroína que sempre admirou.
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— Quando eu falo para alguém que pratico o esporte, as pessoas já me comparam com a Merida. Aí eu liguei um ao outro, já que eu também sempre gostei do filme. Juntei o útil ao agradável — comenta.
A trajetória de Amanda no arco e flecha está apenas no início, mas ela já faz planos para o futuro. Ressalta que o esporte é algo que faz bem a ela, onde já criou amizades e construiu uma família. A ideia, segundo a jovem, é envelhecer ao lado do instrumento que virou símbolo de vitórias e conquistas para a garota.
— Eu quero continuar praticando esse esporte. Tem várias categorias e eu comecei desde o iniciante, infantil, cadete, adolescente, agora estou no juvenil. Ainda quero ir para o adulto e até o master, que é para pessoas com mais de 50 — ressalta.
Assim como Merida, de Valente, Amanda também escolheu seguir o próprio destino.

*Sob supervisão de Augusto Ittner
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