Um primo do papa Francisco viveu por várias décadas em Pelotas, no sul do Estado. Victor José Bergoglio, que teria 117 anos se fosse vivo, era italiano e mudou-se para a Argentina, onde se casou com Elvira Irene Bergoglio. Lá, em 18 de junho de 1927, nasceu a única filha do casal, Hebe Elvira Bergoglio. A família se mudou para Pelotas quando Hebe ainda era criança, no começo da década de 1930.

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No município gaúcho, Victor José Bergoglio conheceu o filho de imigrantes italianos Francisco Caruccio. Juntos, os dois fundaram a construtora Bergoglio-Caruccio, que fazia calçamentos e obras em geral.

No sul do Estado, a filha de Bergoglio, Hebe, estudou no Colégio Municipal Pelotense e, depois, formou-se como engenheira agrônoma. Segundo contraparentes, ela dava aula na Faculdade de Ciências Domésticas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) – embora a instituição não tenha registro dela como docente, um documento de 1978 mostra que foi secretária de um seminário da área pela universidade.

No dia 14 de setembro de 1957, Hebe casou-se em um apartamento na Rua Anchieta, onde residia, com o agrônomo Ernst Poetsch, nascido em 10 de setembro de 1923 e morto em 27 de abril de 1983. Modificou o nome para Hebe Elvira Bergoglio Poetsch. Nessa época, já havia se naturalizado brasileira. O casal tentou ter filhos, mas Hebe teve três abortos espontâneos e ambos morreram sem herdeiros. Hebe faleceu aos 79 anos, no dia 26 de dezembro de 2006.

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Victor era considerado boa praça, simpático e popular

O marido de Hebe foi reitor da extinta Universidade Federal Rural Sul, dissolvida e incorporada à então nova universidade da região, a UFPel, criada em 1969.

Não há descendentes diretos da família Bergoglio em Pelotas. As informações foram coletadas junto às esposas dos irmãos de Ernst, concunhadas de Hebe – os irmãos do marido também já morreram.

Hebe era conhecida como uma pessoa reservada, enquanto seu pai, Victor José, era tido como boa praça, simpático e popular.

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– Quando mostraram os cardeais, identifiquei na hora uma fisionomia parecida com o seu Bergoglio daqui. Agora virou papa. Acho que são parentes – concluiu Gladys Greipel Bernaud Poetsch, concunhada de Hebe.

Já a sobrinha de Hebe, filha de Gladys, a economista Glaucia Poetsch Martins, 45 anos, tem certeza:

– Hebe era prima do papa!

Sobre as visitas de parentes argentinos a Hebe, as contraparentes têm poucas lembranças:

– Não lembro de parentes que tenham visitado Hebe. Até lembro do marido dela comentando que só teriam restado duas tias dela na Argentina, o resto já teria falecido – conta a concunhada Maria de Lourdes Costa Poetsch, aposentada, 83 anos.

Segundo ela, como Hebe era uma pessoa bastante reservada, é possível que outros parentes possam tê-la visitado, sem que isso se tornasse público:

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– Ela, Hebe tinha uma prima argentina chamada Mate, que veio visitá-la umas duas vezes. Tinha alguns parentes em La Plata e no Paraná. Mas não sei detalhes – diz Gladys.

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