Todo mundo sabe que entrar em uma universidade pública não é nada fácil. Mas alguns vestibulandos chegam lá e ainda conseguem o título de primeiro lugar. Ontem, eles enfrentavam a correria e driblavam o cansaço e a insegurança. Hoje, você confere as dicas e recomendações deles de como chegar lá. Acompanhe este conteúdo também no Caderno Vestibular da edição desta terça-feira, dia 12, do Diário Catarinense.
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O primeiro colocado da Udesc
Foram três reprovações e uma desistência de faculdade até que Adilto Mezzari Júnior, 19 anos, conseguisse superar o próprio sonho. Após fazer as provas no ano passado, o jovem não conseguiu só a vaga no curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mas também o primeiro lugar geral da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
Durante o Ensino Médio, o estudante de Criciúma, no Sul do Estado, esteve entre os mais capetinhas. Mas, Adilto saiu do terceirão, em 2010, dedicado e determinado a entrar na Federal. A aprovação não veio e, após um ano de cursinho pré-vestibular, ele tentou mais uma vez. O nome só apareceu entre os aprovados de uma faculdade particular. Adilto ficou nesse curso por seis meses.
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– Vi que ali não era meu lugar, que meu sonho era a UFSC.
Para os colegas, era maluquice encarar um processo seletivo tão concorrido. No cursinho, em 2012, o estudante transformou-se e estudava o dia inteiro. Os processos seletivos chegaram e o resultado da Udesc foi recompesador. Adilto, que tinha prestado Engenharia de Petróleo como aquecimento para o vestibular da UFSC, estava no topo na lista. O desafio final era garantir a vaga na Federal.
Deu tudo certo e o estudante que, até aqui, nunca tinha conseguido nenhum resultado extraordinário, calcula que tudo foi na hora certa.
Dicas do Adilto
– Manter-se focado e não perder o objetivo de vista
– Estudar não só o conteúdo, mas também o estilo das provas
– Ter rotina fixa e não deixar os assuntos para trás
– Vida social tem que estar em segundo plano, festinhas e bebida alcóolica devem ficar para depois
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– Não se encher de cursos específicos. Só aula não adianta, precisa haver tempo para estudo- Apostar nos exercícios de vestibulares anteriores da instituição desejada
– Dedicar tempo suficiente para o sono, nada de ficar enrolando na televisão- Diagnosticar erros cometidos em provas anteriores
– Planejar leitura de obras obrigatórias e dedicar-se às páginas sem ver como obrigação- Separar um tempo semanal para descanso
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– Estabelecer parcerias com professores com quem se tem afinidade, eles dão dicas importantes
O primeiro colocado da UFSC
O topo da lista geral do vestibular 2013 da UFSC foi conquistado com mais esforço do que talento. É o que garante Delcio Castagnaro Filho, 18 anos, de Ponte Serrada, no Oeste, que chegou ao primeiro lugar do processo seletivo mais concorrido do Estado com a nota de 86,42.
Delcio saiu de casa com 15 anos, para estudar em um internato em Xanxerê. No terceirão, percebeu que iria ter que brigar por uma colocação disputada, em Medicina ou Direito. Durante o segundo ano do cursinho, optou por tentar o caminho mais difícil.
– Não admitia o quanto queria Medicina, pelo medo de não passar – conta.
Delcio desenvolveu suas técnicas Ao longo dos meses, Delcio descobriu as próprias estratégias de estudo. Aumentou o tempo diante dos livros e trabalhou firme em esquemas e resumos. Como era avesso a decorebas, o aluno percebeu que a chave seria compreender os conteúdos.
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Mas Delcio não conseguiu a aprovação na Federal do Paraná e só tinha garantido a vaga em uma faculdade particular pela Acafe, longe do topo da lista. A Federal era a grande aposta e os aspectos regionais, típicos desse vestibular, deixaram o estudante mais confiante em relação aos concorrentes de outros Estados.
Ao atender uma ligação em janeiro, ouviu da reitora da UFSC, Roselane Neckel, que era o primeiro lugar geral, e achou que era trote. Não era para menos, no vestibular da UFSC, foram 36.529 inscritos e a nota dele tinha superado a de outros 6.030 aprovados.
Dicas do Delcio
– Não passar adiante até entender a lição que foi dada
– Fazer resumo e procurar outras fontes. Provas anteriores e vídeos são uma boa
– Dar atenção especial às matérias de que não se gosta. É comum deixá-las de lado sem perceber
– Para aquelas matérias de que se gosta, é preciso aprimorar ainda mais, pois serão pontos garantidos
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– Fazer mais redações
– Na UFSC, marcar só o que se tem certeza, para não se ter pontos anulados
– Não ter preguiça de ler e reler as questões
– Se o cansaço bater, saia para ir ao banheiro ou tomar uma água- Aumentar gradativamente o ritmo de estudo ao longo do ano, para ir se acostumando e não cansar tão rápido
– Fazer resumos e esquemas, assinalando o que tem mais chance de cair nas provas
O primeiro lugar da Acafe
Durante o estágio no setor de recursos humanos de um hospital, no segundo ano da faculdade de Administração da Udesc, Maurício Torquato, 22 anos, descobriu que estava no curso errado. O estudante de Florianópolis também cursava Engenharia de Produção Mecânica, na UFSC, e já tinha desistido de Ciências da Computação, quando resolveu que Medicina era o curso que ele queria se dedicar.
A família resistiu um pouco, pelo risco de mais uma grande mudança, mas apoiou ao perceber a intensidade do desejo do estudante. De deslocado em uma faculdade, Maurício passou a primeiro colocado. Após dois anos de cursinho pré-vestibular, o topo da lista de aprovados em Medicina na Acafe é dele.
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Mas a tarefa não acabou. Maurício não desiste da Federal Também por questões financeiras, ele continuará no cursinho, em busca da vaga na Federal. Mesmo assim, a boa colocação veio como um bônus e uma motivação para ele continuar seguindo as próprias metas. Em toda essa trajetória, se tem algo que o estudante diz ter aprendido é a importância do foco.
– Tem que fazer uma coisa só de cada vez e se dedicar para fazer bem feito.
Dicas do Maurício
– Não desanimar no primeiro mês. Aos poucos, se pega o jeito da maratona de estudos
– Apostar no curso de que se gosta
– Ter em mente que ano de cursinho é ano de sacrifício. Se possível, delete as redes sociais porque elas tiram tempo
– Estudar as matérias não só nas apostilas, como também em livros de autores famosos