Três barcos partiram nesta segunda-feira rumo à Turquia com quase 200 migrantes que estavam nas ilhas gregas de Lesbos e Chios, uma ação que integra o acordo assinado entre União Europeia (UE) e Ancara em 18 de março.

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Um primeiro barco procedente de Lesbos chegou ao porto de Dikili às 6h20min (3h20min de Brasília) e outros dois devem chegar nas próximas horas, um ao mesmo porto e outro a Cesme.

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Em Lesbos, a balsa Lesvos e o catamarã Nezli Jale receberam 131 pessoas – em sua maioria do Paquistão e Bangladesh – no porto de Mytilene, informou Ewa Moncure, porta-voz da Frontex, a agência de vigilância de fronteiras externas da UE, que comanda a operação.

A polícia grega anunciou números um pouco distintos: 136 pessoas partiram de Lesbos, 125 paquistaneses, quatro cingaleses, três bengaleses, dois indianos e dois sírios.

Vários manifestantes expressaram apoio aos expulsos, com direito a uma faixa com frase “Turkey is not safe” (“Turquia não é segura”) no terraço de um hotel diante do porto. Apesar disso, a operação aconteceu de maneira calma e ordenada, de acordo com Moncure. Os migrantes, todos os homens, estavam no campo de Moria, a 10 quilômetros do porto.

Em Chios, outra ilha próxima da Turquia, a balsa Erturk Line-Cesme saiu do porto com 66 migrantes a bordo, segundo a polícia: 43 afegãos, 10 iraquianos, seis paquistaneses, cinco cidadãos congoleses, um somali, um marfinense e um indiano. Dezenas de ativistas e simpatizantes compareceram ao local para pedir “liberdade”, mas não foram registrados confrontos.

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O acordo assinado entre a União Europeia e a Turquia prevê que, para cada sírio devolvido, outro será admitido no território comunitário, com um teto de 72 mil pessoas.

Um primeiro grupo de 16 sírios desembarcou nesta segunda-feira em Hannover, no norte da Alemanha, e um segundo grupo deve chegar nas próximas horas.

Uma fonte do governo alemão afirmou no domingo que dezenas de migrantes chegariam a França, Finlândia e Portugal.

Já a agência de notícias grega ANA anunciou no domingo que 750 migrantes seriam devolvidos a Turquia entre segunda-feira e quarta-feira, ao ritmo de 250 por dia, em sua maioria paquistaneses, cingaleses e africanos.

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A Turquia começou a preparar centros de registro perto das ilha de Lesbos e Chios, assim como um campo de grande capacidade.

Diante da ameaça de expulsão iminente, vários migrantes teriam solicitado asilo nas últimas horas, já que, a princípio, o acordo envolve apenas os que não fizeram o pedido.

A operação provoca grande preocupação entre os defensores dos direitos humanos, incluindo a organização Anistia Internacional, que acusa Ancara de forçar uma centena de sírios por dia a retornar à Síria. A Turquia nega a acusação.

O acordo não resolve o problema dos 50 mil refugiados que chegaram à Grécia antes de 20 de março e que permanecem bloqueados na fronteira desde o fechamento da rota dos Bálcãs.

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* AFP