Os votos por bairros no primeiro turno das Eleições 2016 mostram que a disputa entre Gean Loureiro (PMDB) e Angela Amin (PP) vai além da geografia em Florianópolis. O cruzamento de informações entre o resultado da votação no primeiro turno, divulgado pela Justiça Eleitoral, e dados da edição 2010 do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que os candidatos também duelam votos de acordo por renda e por escolaridade.
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Atrás na contagem geral de votos, Angela soma vitórias em bairros com maior renda e escolaridade. Dos 12 bairros de Florianópolis com maior renda familiar, a candidata tem resultado favorável em nove, incluindo os seis primeiros: Cacupé (R$14.723,23), Jurerê Internacional (R$11.038,68), Santa Mônica (R$8.348,78), Centro (R$7.831,03), Córrego Grande (R$6.727,01) e Santo Antônio de Lisboa (R$6.306,98). O levantamento do DC mostra ainda que a pepista vai de um extremo ao outro quando o tema é renda familiar. Ela obteve uma vitória nas urnas em relação a Gean também no bairro Monte Cristo, que tem a menor renda familiar média da Capital: com R$1.817,73. Obras habitacionais na região na época em que Angela foi prefeita ajudam a explicar a vitória no bairro.
A vantagem de Angela também segue em bairros com maior escolaridade. Do outro lado, Gean Loureiro mostra melhor desempenho em bairros com renda menor e de menor escolaridade. Mas a real vantagem se dá ainda pelo número de bairros. Somando 50 bairros, do total de 62 listados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o candidato do PMDB à prefeitura de Florianópolis abriu uma vantagem de quase 40 mil votos para Angela, principalmente em regiões de forte atuação política, como o Continente e no Norte e Sul da Ilha de Santa Catarina. Regiões naturalmente mais periféricas, que apresentam número mais modestos de renda e escolaridade.
A pesquisa
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O levantamento do Diário Catarinense levou em consideração o resultado por bairro das urnas no último domingo na disputa pela prefeitura de Florianópolis e dados do Censo 2010 do IBGE. Dos 62 bairros listados pelo TSE para a capital catarinense, houve uma compatibilidade de localidades com 55 regiões citadas no censo, que considera a renda familiar para o salário mínimo da época (R$ 510) e o número de alfabetizados – quanto mais próximo de 100, maior a escolaridade.