Um dos principais ícones da cultura em Itajaí nas últimas três décadas está fechando as portas. A livraria alternativa Casa Aberta, o primeiro sebo de Itajaí, que durante 25 anos colecionou livros, arte e história, recebe o público pela última vez amanhã, no feriado de Tiradentes. Deixa para trás uma legião de saudosos que, nas últimas semanas, tem passado pelo casarão tombado que abriga a livraria, a Konder, para o adeus.

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O espaço não resistiu a uma conjunção de fatores. Em especial à mudança no perfil dos consumidores de literatura, que passaram a comprar mais livros pela internet, e ao crescimento das redes de livrarias e megalojas, que conseguem oferecer um preço mais competitivo por terem maior volume de vendas.A gestão já estava mais complicada desde a mudança de Beto Severino e Ivana _ os donos da Casa Aberta _ para Salvador, oito anos atrás, quando ele passou a lecionar na Universidade Federal da Bahia (UHBA).

A frequência dos saraus e encontros literários reduziu, mas a livraria continuou como ponto de encontro da cultura peixeira. Tanto, que serviu inúmeras vezes de cenário para workshops do Festival de Música de Itajaí.

O vaivém dos ¿órfãos¿ da Casa Aberta nos últimos dias surpreendeu Beto Severino. O casal fez uma promoção do acervo de 40 mil livros, e mais da metade foi vendida rapidamente. Apesar do fechamento da livraria, ele e Ivana vão manter a editora, que tem 50 títulos lançados, e avaliam a possibilidade de manter o espaço do antigo sebo para eventos culturais.

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