O primeiro satélite da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi lançado ao espaço na madrugada de sexta-feira (20), a partir do Centro de Lançamento de Taiyuan (TSLC), na China. O equipamento foi alçado à órbita a bordo do foguete Longa Marcha-4, junto de um satélite sino-brasileiro de recursos terrestres, denominado CBERS-4A.

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O projeto foi desenvolvido por cinco anos e coordenado pelo professor Eduardo Augusto Bezerra, do Departamento de Engenharia Elétrica, que foi à China para acompanhar o lançamento.

Um dos pesquisadores envolvidos, o doutorando em Engenharia Mecânica Edemar Morsch Filho, afirmou que o lançamento foi um sucesso.

— Vários radioamadores ao redor do mundo já estabeleceram comunicação com o satélite. Há relatos de que houve comunicação nos EUA, Alemanha e Japão — anunciou. Por volta das 10h30min da desta sexta, o satélite passou próximo a Santa Catarina, oportunidade em que o grupo dos desenvolvedores e diversos radioamadores da região estavam prontos para estabelecer comunicação.

— A equipe ainda não recebeu confirmação de comunicação nessa passagem, que foi bem rápida, mas está na expectativa de receber os dados. Ao longo dos próximos dias haverá novas janelas de comunicação para captar ainda mais sinais e validar todos os sistemas desenvolvidos pelos alunos — destacou Edemar.

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O Floripasat-1 foi desenvolvido por alunos de graduação, mestrado e doutorado dos cursos de Engenharia Elétrica, Automação e Mecânica. O equipamento é considerado uma miniatura de satélite (nanossatélite), composto por múltiplas unidades cúbicas de 10 centímetros. O peso é de 1,3 quilo por unidade.

Lançamento ocorreu na sexta-feira
Lançamento ocorreu na sexta-feira (Foto: UFSC Divulgação)

Uma das funcionalidades do satélite desenvolvido na UFSC é o fato de poder funcionar como retransmissora de rádio amador. A função pode ser útil para poder permitir contato de pessoas em áreas isoladas ou que tenham perdido sinal de telefonia celular, em caso de catástrofes climáticas, por exemplo.

Mas as principais atribuições do Floripasat-1 vão responder ao mundo científico. Uma das novidades é o fato de que o nanossatélite da UFSC é que ele levará a bordo o protótipo de uma placa com componente tolerante à radiação. Equipamentos com essa característica não costumam fazer parte de criações brasileiras da área espacial porque o país não pode adquirir esses produtos dos Estados Unidos, principal produtor. O intuito é que a tecnologia desenvolvida possa servir de base para a construção de futuros satélites brasileiros para as mais diversas aplicações.

Além da pesquisa e do desenvolvimento de tecnologia para a área espacial, o projeto possui ainda, entre suas finalidades, o fortalecimento do estado de Santa Catarina como um polo na área espacial.

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