Movimentos sociais e de esquerda mobilizaram, na tarde desta quarta-feira (20), o primeiro grande protesto contra o governo de Javier Milei, em Buenos Aires, em contrariedade às medidas econômicas do “Plano Motosserra”. O ato teve confronto da polícia com manifestantes e duas pessoas presas.
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O protesto se concentra na Praça de Maio, mas também ocupa trechos de avenidas que dão acesso ao local. A tensão aumentou após a polícia tentar desobstruir essas ruas e empurrar os manifestantes para que circulassem pelas calçadas. As autoridades têm um efetivo reforçado para lidar com o ato.
Dois homens foram presos, de acordo com o jornal La Nación. Um deles teria acertado um policial municipal com uma faca. Já o outro teria sido detido por distúrbios e agressões.
A equipe de comunicação do recém-eleito presidente, Javier Milei, chegou a publicar uma foto do presidente argentino assistindo ao protesto de dentro do departamento central de polícia, acompanhado da ministra da Segurança Nacional da Argentina, Patrícia Bullrich. Logo depois, no entanto, a imagem foi excluída.
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O protesto já estava previsto desde que foi lançado, no último dia 12, um pacote econômico do governo Milei que, entre outras coisas, desvalorizou o peso em relação ao dólar e reduziu subsídios à energia e aos transportes. O plano acentou ainda mais a inflação de produtos básicos no país.
Já no dia 14, a ministra Patrícia Bullrich anunciou um protocolo anti-piquetes, ameaçando prender em flagrante manifestantes que bloqueassem parcial ou totalmente ruas e pontes.
A política ostensiva serviu de reforço a convocatória dos movimentos sociais às ruas. A mobilização ainda marca o 22º aniversário de uma onda de protestos em 2001 contra o governo do então presidente Fernando de la Rua, ocasião em que houve dezenas de mortes devido à repressão policial.
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