O primeiro-ministro malaio, Najib Razak, cuja renúncia foi exigida neste fim de semana por dezenas de milhares de manifestantes, reuniu nesta segunda-feira uma grande multidão de partidários nas ruas de Kuala Lumpur, por ocasião da festa nacional.
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Najib presidiu uma cerimônia para celebrar o aniversário da independência deste país da Ásia do Sudeste em 1957 – quando o partido de Najib chegou ao poder, permanecendo ali desde então – ante milhares de espectadores que agitavam bandeiras.
Segundo os analistas, este evento transmitido ao vivo pela televisão é uma demonstração de força que ilustra as dificuldades dos opositores para forçar o governo a ceder.
Alguns participantes das manifestações opositoras, que reuniram, segundo os organizadores, mais de 200.000 pessoas no sábado e no domingo, se mostraram céticos sobre suas possibilidades de êxito, como o advogado Simon Tam.
“Fizemos o que pudemos (…) Não será fácil provocar a renúncia de Najib, talvez não exista nenhuma esperança”, segundo Simon.
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O movimento opositor começou após um enorme escândalo financeiro que afeta a empresa pública 1Malaysia Development Berhad (1MDB), criada por iniciativa de Najib após sua chegada ao poder em 2009.
Najib é suspeito de ter desviado 640 milhões de euros de 1MDB, que arrasta uma dívida de 10 bilhões de euros.
Segundo o Wall Street Journal, os investigadores malaios descobriram que 640 milhões de euros haviam aparecido em suas contas pessoais.
O primeiro-ministro negou ser responsável por qualquer ato repreensível e vários ministros de seu governo garantiram que se trata de doações políticas não identificadas procedentes do Oriente Médio.
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Apesar da forte mobilização do fim de semana, os observadores acreditam que não se trata de uma grande ameaça para o primeiro-ministro: seus opositores carecem de um líder carismático, a oposição malaia está dividida e Najib controla as instituições chave como a polícia, a justiça e o Parlamento.
* AFP