Um dia após um motim do exército que fez lembrar as horas sombrias que levaram a Costa do Marfim à beira da guerra civil, o primeiro-ministro Daniel Kablan Duncan renunciou nesta segunda-feira.
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“Enquanto aguardamos a nomeação de um novo primeiro-ministro e o estabelecimento de um governo, o primeiro-ministro e os membros do governo de saída ficarão a cargo dos assuntos correntes”, indicou a presidência da Costa do Marfim em um comunicado.
Duncan, eleito deputado pela primeira vez pelo distrito de Grand-Bassam (sul) nas eleições de 18 de dezembro, justificou sua decisão pela “incompatibilidade de ser membro do governo e estar presente na Assembleia Nacional”.
“Segundo uma prática política de longa data, a sessão de abertura da Assembleia Nacional (segunda-feira) deve ser assistida por todos os deputados, incluindo os membros do governo”, acrescentou.
A renúncia era esperada e não tem nenhuma conexão com o motim de soldados exigindo melhorias nas condições de trabalho no último fim de semana.
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Os amotinados paralisaram por dois dias Bouake, segunda cidade da Costa do Marfim, e várias outras cidades exigindo aumentos salariais e uma rápida promoção.
Um acordo foi alcançado no domingo entre os amotinados e o ministro da Defesa, Alain-Richard.
Nesta segunda-feira, o presidente Alassane Ouattara assinou outros dois decretos terminando com os mandatos dos ministros de Estado e da presidência da República, dois postos ocupados até então pelo secretário-geral da presidência Amadou Gon Coulibaly e Ibrahima Tené Ouattara, irmão mais novo do presidente.
O primeiro-ministro Duncan deve ocupar o cargo de vice-presidente, um posto novo criado pela Constituição de 30 de outubro de 2016.
* AFP