Centro da principal polêmica do governo de Santa Catarina durante a pandemia do coronavírus e motivo da investigação que já derrubou o secretário de Saúde e mira outros membros do primeiro escalão do governo sob suspeita, os 200 respiradores comprados por R$ 33 milhões pagos de forma adiantada devem, enfim, começar a chegar em Santa Catarina nos próximos dias.
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A Veigamed, empresa do Rio de Janeiro que intermediou a compra dos 200 equipamentos da China (e que também está sendo investigada pela força-tarefa catarinense), divulgou em nota neste sábado (9) o cronograma da entrega dos respiradores em Santa Catarina. O primeiro lote, com 50 unidades do modelo Shangrila 510s, saiu da China através do aeroporto de Guangzhou e deve chegar por volta das 7h30min deste domingo (10) no aeroporto de Guarulhos (SP). Conforme a empresa, o transporte de São Paulo até Florianópolis em caminhões com escolta deve ocorrer em até 24 horas.
Os outros três lotes com 50 respiradores devem ser enviados da China nos dias 17, 22 e 27 de maio. Todos vão partir do aeroporto de Beijing com destino a Guarulhos. A Veigamed, no entanto, ressalta na nota que "as datas estão sujeitas a confirmação diante das dificuldades mundiais no transporte de cargas, principalmente de produtos com saída da China".
O Governo de Santa Catarina pagou os R$ 33 milhões de forma adiantada, no dia 1º de abril, e a previsão inicial era de que os equipamentos chegassem ao estado no dia 7 de abril.
Com mais de um mês de atraso na entrega, mudança no modelo solicitado e uma série de divergências apontadas nas investigações, a força-tarefa que envolve Ministério Público (MPSC), Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) e Polícia Civil deflagrou neste sábado (9) a operação O2, que cumpriu 35 mandados em ao menos 12 municípios em SC, RJ, SP e MT. Segundo o Procurador-Geral de Justiça de SC, Fernando Comin, a compra envolveu agentes públicos, privados, falsidade ideológica, atuação de empresas de fachada e lavagem de dinheiro.
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Além do cronograma de entrega dos respiradores, a Veigamed também se manifestou neste sábado à noite sobre a operação. A empresa disse que não teve nenhum valor foi apreendido até o momento (a força-tarefa apreendeu R$ 300 mil em espécie em um imóvel no RJ e fez o sequestro de R$ 11 milhões de uma conta bancária, mas não divulgou o proprietário dos bens).
Em nota, a empresa disse que "não pratica e nunca praticou superfaturamento em suas negociações, não coaduna com corrupção e cumpriu todas as exigências administrativas que lhe cabiam nas etapas do processo de licitação".