Jurassic Park, o pioneiro filme de Steven Spielberg que transformou o Tyrannosaurus Rex um dos dinossauros mais populares do imaginário infantil, voltará ao cinema em formato 3D vinte anos depois de revolucionar o mundo dos efeitos especiais. Continua depois da publicidade Em três dimensões e em cores acentuadas, Jurassic Park, ou Parque dos Dinossauros, reestreará nesta sexta-feira nos Estados Unidos, mas apenas em agosto no Brasil. Lançado em 1993, esta história sobre um parque temático com dinossauros geneticamente modificados foi o primeiro a usar animais robóticos animados por computador. Baseado em um romance de Michael Crichton e estrelado por Sam Neill, Laura Dern e Jeff Goldblum, Jurassic Park, que conquistou três Oscars no ano seguinte, arrecadou, desde então, 920 milhões de dólares e teve duas continuações, em 1997 e 2001 . – Foi a primeira vez que utilizamos efeitos por computador para fazer algo parecido com um animal vivo em um filme – disse à AFP Dennis Muren, que fazia parte da equipe responsável pelos efeitos especiais. Continua depois da publicidade – Nós sabíamos que se conseguíssemos fazê-lo, seria algo totalmente novo. Mas nós também havíamos feito Terminator 2 um par de anos antes, por isso sabíamos que estávamos perto de alcançar algo. E deu certo – acrescentou. Aos 66 anos, Muren é uma instituição em Hollywood: ganhou seis Oscars e está por trás dos efeitos especiais de E.T. (1982), parte do épico Stars Wars e Indiana Jones (1984), entre outros. Em uma recepção no edifício da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, em Beverly Hills, antes de uma exibição especial de Jurassic Park 3D esta semana, Muren contou que o filme foi realizado usando uma combinação de duas técnicas: bonecos robotizados e efeitos digitais. Os robôs foram construídos, alguns em tamanho real, com base em esculturas feitas de madeira e barro. Os movimentos foram criados com a técnica de stop-motion, e cada tomada foi tratada digitalmente para dar vida aos dinossauros. Continua depois da publicidade – Era uma época em que animação por computador não tinha um nível muito alto – indicou à AFP um outro produtor de Jurassic Park, Phil Tippett, supervisor de efeitos especiais de Stars Wars e Twilight, entre outros. – Nós desenvolvemos uma tecnologia que permitiu que os animadores de stop-motion manipulassem os dinossauros. Não era um software, era um problema mecânico – continuou, explicando que os animais foram filmados quadro a quadro e, em seguida, estas imagens foram animadas por computador. – Assim conseguimos atribuir ação aos dinossauros – acrescentou. O anfitrião do evento, David Cohen, afirmou na apresentação do filme em um fórum de cinema: – Se não tivéssemos feito Jurassic Park em 1993, não teríamos visto Richard Parker ano passado – referindo-se ao filme As aventuras de Pi, por cuja direção garantiu ao diretor Ang Lee um Oscar em fevereiro. William Sherak, presidente do estúdio Stereo D encarregado pela conversão em 3D, acrescentou que a sequência do ataque do T. Rex foi o seu “pesadelo pessoal” , pelo grande número de planos: a floresta, a chuva, a janela do carro e o próprio dinossauro. Continua depois da publicidade A técnica exige preencher digitalmente as arestas de cada elemento com imagens recriadas ou tomadas de outros planos para criar a ilusão de profundidade. – A tecnologia é sempre uma dor de cabeça – comentou Tippett, de 61 anos, que dividiu com Muren o Oscar pelos efeitos especiais de Jurassic Park e, dez anos antes, um Oscar honorário por O Retorno de Jedi. Com ceticismo sobre os poderes dos novos recursos digitais, acrescentou: – O que é necessário são pessoas criativas, artistas. A tecnologia não faz nada por si só.
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