A atual administração do governo do Estado alcançou a marca dos primeiros cem dias nesta quarta-feira. As principais realizações e o que a gestão ficou devendo nesse período foram tema de análise dos veículos da NSC Comunicação.

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Como o momento agora é de olhar para frente, os principais nomes do primeiro escalão do governo apontam o que será priorizado nos próximos cem dias nas áreas da educação, saúde, infraestrutura e segurança.

As entrevistas foram concedidas à repórter Juliana Gomes, da Rádio CBN Diário.

Natalino Uggioni, Educação

As primeiras ações da nova gestão na Educação, segundo o secretário, foram dedicadas à elaboração de um planejamento estratégico. Visitas às escolas geraram um diagnóstico da atual situação no Estado.

Além de manter o foco na redução da evasão escolar, a pasta aposta na oferta de cursos profissionalizantes de curta duração como medida para manter os alunos próximos dos estudos.

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Natalino Uggioni, secretário da Educação de Santa Catarina
(Foto: Julio Cavalheiro/Secom)

"Trabalhar para que a gente possa desenvolver o sentimento de pertencimento no nosso estudante. De pensar que é a minha escola que está oferecendo esta oportunidade de eu me preparar melhor, de quem sabe ter um reforço nas disciplinas que eu preciso. Me preparar para o mundo do trabalho, me preparar para o mundo como cidadão. Esse sentimento de pertencimento fará com que o aluno não abandone a escola. Então, a gente vai reduzir a evasão. Automaticamente, esses alunos dedicados à escola, vivendo naquela ambiência, acabam tirando notas melhores".

Em educação, o resultado não é imediato, mas nós esperamos mostrar para a sociedade que esse é o caminho.

Cursos profissionalizantes

"Não apenas no ensino médio. O ensino do empreendedorismo, por exemplo, começar com noções lá nos primeiros anos para que o aluno já chegue melhor preparado. Outra linha: incentivá-los a fazerem um curso superior. Nesse sentido, oferecer a eles reforço pré-vestibular. São todas ações que estão em curso. Em educação, o resultado não é imediato, mas nós esperamos mostrar para a sociedade que esse é o caminho. Fazendo um pouquinho diferente, a gente vai ter uma educação de mais qualidade refletida nos indicadores oficiais. Por isso, estamos traçando ações diferentes, que sejam motivadoras. Exemplo: ensino do empreendedorismo, a oferta de idiomas no contraturno, oferta de programas profissionalizantes. Em parceria com entidades que têm experiência, entidades de tecnologia, para que possamos apresentar a esses estudantes um rumo, a melhor escolha de vida".

Carlos Hassler, Infraestrutura

(Foto: Maurício Vieira/Secom)

A análise do andamento das obras no Estado pautou os trabalhos nos cem primeiros dias da nova gestão da Secretaria de Infraestrutura. Agora, a direção da pasta aguarda a aprovação da reforma administrativa para traçar estratégias — estão previstas as extinções do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) e do Departamento de Transportes e Terminais (Deter). Segundo o secretário, a meta é desenvolver um trabalho intermodal, com investimento em rodovias, portos e aeroportos.

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Não devemos apenas focar nas rodovias, que precisa. Estamos entendendo que temos que até dar outras opções.

"Tivemos diversas ações pontuais nesse sentido (análise de liberação de recursos), em diversas obras, para garantir a continuidade dos trabalhos e diminuir, inclusive, prejuízos financeiros que qualquer paralisação poderia trazer. Não devemos apenas focar nas rodovias, que precisa. Estamos entendendo que temos que até dar outras opções. Parque logístico, vamos dizer assim. Emprego de recursos nos aeroportos, temos alguns projetos em andamento, a ideia é fortalecer. Também buscar alguma coisa na questão dos portos. E, de uma forma não modesta, mas mais refletida, na parte de ferrovias. Uma vez que já tivemos a sinalização do governo federal de que, nesse momento, não vai priorizar o Sul para esse tipo de investimento. Então, o governo do Estado entende que é um modal importante, vamos continuar buscando com o governo, mas agora com bastante reflexão, uma vez que temos a consciência que nesse primeiro momento não teremos uma boa parceria do governo federal para isso."

Araújo Gomes, Segurança

(Foto: Secom/Divulgação)

Presidente do atual Colegiado Superior de Segurança Pública, o comandante-geral da PM, coronel Araújo Gomes, aposta na integração da comunicação por rádio entre as forças de segurança para manter os bons indicadores conquistados nos últimos meses. Trata-se de uma tecnologia nova para o Estado, que terá participação da Polícia Rodoviária Federal.

"A integração dos bancos de dados e dos boletins de ocorrência não só repercutem internamente, numa melhor qualidade das informações disponíveis para o planejamento da segurança, como se refletem no cidadão, que passa a ter acesso ao Estado em um boletim único, independente do órgão da segurança pública. Essas ações vêm se refletindo onde é mais importante. A tendência de queda da criminalidade, que já tinha se iniciado no ano passado, não só se manteve como se acentuou. Segunda-feira, nós comemoramos o período inicial do ano em que a taxa de mortes para cada cem mil habitantes alcançou a melhor marca desde 2008. Fruto, entre outras coisas, desta integração".

A tendência de queda da criminalidade, que já tinha se iniciado no ano passado, não só se manteve como se acentuou.

Integração por rádio

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"Nos próximos cem dias, a gente já deve implementar na região da Grande Florianópolis e Balneário Camboriú, a primeira experiência de integração da comunicação por rádio. Uma parceria com a PRF, com quem vamos compartilhar infraestrutura, e que fará com que PRF, PM, Polícia Civil, IGP e Bombeiros sejam capazes de falar através do mesmo equipamento de rádio. Ganhando em interoperabilidade, capacidade de atuar em conjunto e, inclusive, na segurança da comunicação. Porque vamos utilizar uma nova tecnologia digital que torna muito difícil a interceptação das nossas comunicações por criminosos, por exemplo".

Helton de Souza Zeferino, Saúde

(Foto: Susi Padilha/Secom)

A largada dos trabalhos na nova gestão da saúde se concentrou na organização de processos internos para melhorar a gestão dos hospitais, um processo que avançou com a adesão da pasta à digitalização do governo. Para os próximos meses, a meta é dar continuidade à implantação da política hospitalar. A estratégia de atendimentos em hospitais de curta permanência, onde são atendidos pacientes para procedimentos ambulatoriais, deve ser implantada em várias unidades de saúde.

"Uma grande entrega que vamos fazer já no final de abril é uma nova matriz técnica de contratualização dos hospitais, para que os hospitais possam implementar a tão sonhada política hospitalar catarinense. Nós teremos os filantrópicos incluídos nesse processo. A grande realização que fizemos nesse período foi a disponibilização de um processo licitatório 100% digital, foi a primeira pasta que conseguiu isto no Estado. Temos como uma grande realização nesse momento o impacto já na gestão dos hospitais, no sentido de termos maior resolutividade de processos e cirurgias, atendimentos ambulatoriais. Na próxima semana já estaremos iniciando uma unidade de curta permanência no Hospital Tereza Ramos em Lages."

Uma grande entrega que vamos fazer já no final de abril é uma nova matriz técnica de contratualização dos hospitais, para que os hospitais possam implementar a tão sonhada política hospitalar catarinense.

Integração com municípios

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"Isto demanda uma tratativa, participação de municípios e a própria rede dos filantrópicos. Isto vai nos dar uma maior transparência na aplicação de recursos. E a entendermos, dentro do território de Santa Catarina, qual é a vocação dos hospitais, quais os serviços disponibilizados em cada macrorregião de saúde, para nós cada vez mais diminuirmos os grandes deslocamentos para atendimentos, especialmente a prática que ficou conhecida como ambulancioterapia."