Depois de muito bafafá, elas surgiram. Em um primeiro capítulo que deu uma boa noção do que veremos daqui para a frente, “Sexo e as negas” empilhou alguns clichês e tratou do tema do racismo, da exclusão social e da mobilidade urbana. Mas, mais do que tudo, fez jus ao título e mostrou sexo. Muito sexo.

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Convidamos a doutoranda em comunicação Lúcia Coutinho, que estuda a representação da mulher negra na televisão, a estudante e ativista negra Kelly Freitas e a editora do caderno TV + Show, Vanessa Scalei, para opinar ao longo do capítulo. Leitores também deram sua contribuição para o debate.

As opiniões ficaram divididas: a polêmica com certeza amainou após o primeiro episódio. Lúcia afirma que isso pode se dever ao nome. Não houvesse o controverso “negas” – se a série se chamasse “Sexo e o subúrbio”, por exemplo, talvez a discussão não chegasse onde chegou.

Kelly, entretanto, chamou a atenção para a hipersexualização, que foi marcante: a mulher negra, pelo menos no primeiro episódio, apareceu como “sempre disponível” para o sexo, expondo-se a situações como consumar o ato até mesmo no chão de um local público.

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Já Vanessa viu pontos positivos:

– A trama de Miguel Falabella, pelo menos no primeiro episódio, carregou em clichês, não só sobre a questão racial, como também social e de gênero. No entanto, abriu o espaço para o debate sobre esses temas. E aí ganha pontos.

A controvérsia deve, com certeza, estender-se pelos próximos episódios. Vale ficar atento para os desdobramentos.

Veja como foi o debate: