Mais de dez anos depois que a primeira proposta para construção de um crematório em Joinville foi apresentada, as operações deste tipo de técnica funerária estão liberadas para começar nesta terça-feira, 26 de setembro, na cidade. O alvará de funcionamento foi emitidos na tarde de segunda-feira pela Prefeitura — o documento ainda não havia sido emitido porque houve diferença em um dos documentos exigidos pelo órgão municipal. A empresa Prever será a responsável pela operação do crematório.
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O crematório está localizado na Avenida Santos Dumont, entre a Zona Industrial Norte e o bairro Aventureiro. A operação do estabelecimento foi marcada por diversos entraves: inicialmente, o empreendimento seria construído em uma área atrás do Cemitério Municipal e enfrentou a resistência dos moradores da região, no bairro Atiradores. Depois, quando anunciada a construção no endereço atual, também foi alvo de protestos. Ele ficou pronto em 2014 e foi impedido de operar por causa de uma liminar concedida em ação popular apresentada por dois moradores. A liminar foi derrubada pela 2ª Vara da Fazenda em outubro de 2016.
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Relembre o caso
Agosto de 2006
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Um grupo de investidores apresenta a proposta de construção do primeiro crematório da região Norte, numa área atrás do Cemitério Municipal. Além da resistência dos moradores da região, uma nascente tornou o negócio inviável ambientalmente.
Maio de 2012
Uma reunião na Câmara de Vereadores foi importante para a apresentação da proposta de construção do crematório no Aventureiro. Porém, havia insatisfação dos moradores.
Setembro de 2012
Crematório de Joinville consegue as licenças para a construção e funcionamento.
Maio de 2013
Obras começam no bairro Aventureiro, em meio a protestos de moradores e empresários.
Fevereiro de 2014
O prédio fica pronto, mas não pode ser inaugurado por causa de uma decisão judicial que impedia o funcionamento.
Outubro de 2016
A 2ª Vara da Fazenda derruba liminar que impedia funcionamento de crematório em Joinville. A decisão aponta que a atividade não se enquadra em serviços públicos, o que dispensaria a concorrência.
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Fevereiro de 2017
Por causa da liminar concedida em 2014, a licença ambiental, que já havia sido concedida, venceu durante o processo. O documento foi solicitado em fevereiro deste ano, para a Fundação do Meio Ambiente (Fatma).
Maio de 2017
A Fatma autorizou o funcionamento no dia 17 de maio. Os técnicos da comissão regional de licenciamento autorizaram a operação.
Saiba como funciona:
A cremação é um dos processos funerários mais antigos praticados pelo homem. Em algumas sociedades, este costume era considerado corriqueiro e fazia parte do cotidiano da população, por se tratar de uma medida prática e higiênica.
A cremação consiste basicamente em submeter o corpo a uma temperatura de aproximadamente 1000ºC em forno crematório, desenvolvido especificamente para este fim. Este processo só pode ser feito 24 horas após o óbito e demora de 2 a 3 horas, dependendo de cada corpo. Ao final restam apenas cinzas e alguns fragmentos ósseos, que são triturados para que os grânulos fiquem perfeitamente uniformes e sejam entregues ao responsável.
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Antes da cremação, todo o processo do velório e homenagens que a família desejar realizar é feito normalmente, conforme serviço funerário contratado. Só após a cerimônia é que o corpo é encaminhado para o crematório, onde a cremação efetivamente acontecerá. A família poderá receber as cinzas no mesmo dia ou no dia seguinte, e dar a elas o destino que desejar. A capacidade diária de cremação é de 4 corpos e as cinzas podem ser retiradas, em média, 6 horas após a cremação.