Primeiras mudanças no Porto de Itajaí após federalização incluem movimentação de cargas

Sob direção do Porto de Santos, novas mudanças foram anunciadas para o Porto de Itajaí, entre elas, a possibilidade de movimentação de cargas mesmo quando há navios de cruzeiros atracados. Até então, quando as embarcações turísticas estavam no porto para embarque e desembarque de passageiros, as cargas ficavam paradas no terminal. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (6), pelo diretor de operações da Autoridade Portuária de Santos, Beto Mendes.

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Atualmente, Itajaí é a única cidade de Santa Catarina onde os passageiros de navios de cruzeiros podem embarcar e desembarcar, e isso acontece no porto. A mudança, que permite que cargas já no cais sejam movimentos, foi anunciada após estudos da autoridade portuária santista, que assumiu o terminal itajaiense no início deste ano. Segundo Mendes, nesta temporada a cidade deve receber ao todo 40 escalas de cruzeiros.

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— Isso nos gera mais eficiência, mais qualidade e isso vai dar mais oportunidade para que nós possamos continuar aumentando a movimentação de carga — disse Beto Mendes, em coletiva de imprensa.

Além da mudança, a Autoridade Portuária de Santos sinalizou o crescimento na movimentação de cargas gerais e conteinerizadas neste mês, e informou que prevê mais investimentos para o terminal.

Mendes ainda divulgou alguns dados da movimentação de cargas em Itajaí.

— Só nesse mês de janeiro, conseguimos aumentar quase 21% do volume de carga movimentada em toneladas aqui no Porto de Itajaí — afirmou o diretor de operações. — Hoje [quinta (6)], tivemos reunião com a Polícia Federal, onde a gente já estava discutindo a possibilidade de integração de informações. Vamos trazer tecnologias na área de agendamento de caminhões.

Todas as novidades, no entanto, dependem de licitação, já que a Autoridade Portuária de Santos é uma empresa pública, vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos (MPA).

Dragagem do canal

Questionado, o diretor de operação ainda disse que o serviço de dragagem do canal de acesso aos portos (de Itajaí e Navegantes, que ficam em diferentes margens do Rio Itajaí-Açu) está mantida com o atual contrato.

A empresa holandesa Van Oord é a contratada para o serviço, que faz a manutenção da dragagem, para manter a profundidade de 14 metros do rio. A empresa usa uma draga de sucção tipo Hopper, que atua 24 horas por dia retirando sedimentos do fundo do rio.

Novela do Porto de Itajaí

Até 2024, o Porto de Itajaí era o único porto público do país com gestão municipalizada. Com o fim do contrato de delegação, no dia 31 de dezembro, o governo federal decidiu voltar a administrar Itajaí depois de 30 anos.

A mudança causou manifestações contrárias do setor, que argumentava que, durante a municipalização, o porto teve um crescimento expressivo — chegando a ser o segundo complexo em movimentação do Brasil.

A federalização do terminal chegou a ir para a Justiça, mas uma liminar que mantinha a gestão municipal do porto foi derrubada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 1º de janeiro de 2025, passando Itajaí para as mãos do governo federal.

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