A primeira parcela do empréstimo dos bancos às distribuidoras de energia elétrica será de R$ 4,7 bilhões. Esse é o valor necessário para cobrir apenas o rombo do setor em fevereiro deste ano e terá que ser disponibilizado até o fim deste mês. Embora essa parcela represente quase metade do total previsto para o ano, a expectativa é de que as próximas parcelas do financiamento emergencial sejam menores. O valor contratado até o momento para salvar as companhias em 2014 foi de R$ 11,2 bilhões.

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O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, adiantou nesta terça-feira, 22, que a necessidade de financiamento das distribuidoras para cobrir o gasto com a compra de energia mais cara de usinas térmicas e a necessidade de aquisição de eletricidade no mercado de curto prazo em fevereiro chegou a R$ 4,7 bilhões.

Esse será o montante que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) tomará em nome das distribuidoras junto ao sindicato de 13 bancos, que tem a participação de 11 instituições privadas mais a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. O valor será publicado em despacho da Aneel no Diário Oficial da União e a operação deverá ser fechada até o fim da próxima semana, pois a liquidação desses valores está marcada para os dias 28 e 29 de abril.

Apesar de a primeira parcela já representar 42% do total previsto para o ano,o diretor-geral da agência explicou que as parcelas seguintes deverão ser menores.

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– As próximas parcelas serão decrescentes porque a necessidade de financiamento vai diminuindo à medida que novos contratos de energia das distribuidoras vão entrando no sistema. Além disso, o leilão A-0 (marcado para o dia 30 de abril, com fornecimento da energia a partir de maio) também diminuirá a exposição das companhias a esses preços mais altos – disse Rufino.

Com o anúncio, ainda restam R$ 6,5 bilhões

Para cobrir parte do rombo de janeiro, o Tesouro Nacional já havia liberado R$ 1,2 bilhão em março. O restante da necessidade do setor no ano – estimado em R$ 11,2 bilhões – ficou para ser financiado pelos bancos e será repassado para as contas de luz dos consumidores a partir de 2015. Com o anúncio do valor da primeira parcela, sobraram R$ 6,5 bilhões para pagar todo esse gasto em 10 meses – entre março e dezembro deste ano.

Embora ainda não tenha sido divulgado pelo governo, o jornal O Estado de S. Paulo apurou que o empréstimo às distribuidoras terá juros de CDI mais até 2%, a depender do banco, da empresa e das condições finais. A engenharia financeira, conduzida pelo secretário executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, dará uma margem de 0,5% ao mês aos bancos. Serão dois anos de prazo para pagamento e carência de 12 meses.

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Do total, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal vão financiar R$ 2,5 bilhões cada um. Bradesco e Itaú devem operar outros R$ 2 bilhões cada. Os demais bancos, após análise de seus comitês internos, cobrirão a diferença de R$ 2,2 bilhões.