A primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro foi marcada pelo luxo e inovações. A chuva que caiu durante a madrugada não tirou o brilho das apresentações.

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A São Clemente, a primeira a entrar, surtou nos devaneios de Maria Louca, personificada pela atriz Rogéria na comissão de frente. O desfile da escola começou imponente, com uma águia com movimentos na cabeça, asas e patas. O abre-alas foi puxado por vários cisnes, apostando no luxo. Quando já estava entrando na área da concentração, o segundo carro deu um susto em seus componentes. Uma fumaça preta começou a sair do gerador de energia, deixando a alegoria enevoada. Bombeiros da área da concentração correram, mas não houve necessidade de intervenção. O problema, segundo eles, foi o óleo que vazou sobre o motor.

A Porto da Pedra passou bem pela Sapucaí. O abre-alas mostrou um navio com as primeiras famílias de imigrantes japoneses, representando a viagem de 52 dias do porto de Kobe ao porto de Santos. Atrás da alegoria, as alas da comunidade formaram o solo brasileiro. Ângela Bismarchi foi destaque da escola, como rainha da bateria. O Mestre Louro não comandou a bateria, segundo dirigentes da escola, ele teve uma crise de diabetes, quase desmaiou e acabou não entrando na Avenida. No quesito evolução haverá alguma penalização para a agremiação, em certo momento do desfile a escola parou na Sapucaí.

As tradições do Rio de Janeiro, o jeito informal, as histórias do subúrbio e a vocação para festa e a praia ganharam forma nos elementos usados pelo Salgueiro. O foguetório começou um pouco depois da entrada da escola. O barulho abafou o samba cantado pelo intérprete Quinho e isso esfriou o início do desfile. Os componentes não estavam cantando o samba pois não estavam escutando a música. Apesar do problema, a escola entrou na avenida em alto estilo. A comissão de frente formou o calçadão de Copacabana na Sapucaí com placas imitando as ondas características do chão da praia carioca.

A Portela entrou na avenida abaixo de chuva. O carro abre-alas carregou a águia, símbolo da escola, toda iluminada, com 23 metros de comprimento e usou 6 mil litros de água, segundo os carnavalescos. O azul e branco tradicional da agremiação marcou a primeira etapa do desfile, que representou as profundezas das águas. O continente africano também teve destaque no enredo da escola. Na alegoria, um enorme gorila recebeu os lideres das nações, que deram as mãos em volta de um globo terrestre para pensar num mundo melhor.

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A chuva forte que caiu na Sapucaí durante o início do desfile da Mangueira não desanimou os foliões. Mesmo debaixo do temporal, passistas continuaram esbanjando alegria na avenida. A agremiação levou muitos famosos à Sapucaí, como Maria Rita, Luana Piovani e Debora Bloch. Logo no início, um dos destaques foi a comissão de frente formada por crianças carentes, organizada por Carlinhos de Jesus. O único problema na primeira etapa do desfile ocorreu no abre-alas, onde uma das letras que formava a palavra Mangueira apagou.

Após um discurso do presidente Marcos Lira sobre a polêmica envolvendo a alegoria que representava o holocausto da Viradouro, o desfile abriu com um dos sambas-enredo mais famosos da escola, ”Orfeu, o negro do Carnaval”, que conquistou o quinto lugar em 1998. Dentro do enredo ”É de arrepiar!” , o primeiro carro da escola foi a maior surpresa da noite, trazendo esquiadores na alegoria que utilizou 26 toneladas de gelo. A comissão de frente veio representando o Mr. Freezer, com estátuas de gelo e efeitos especiais e uma ala enorme de pingüins e baianas representando iglus completaram a parte do desfile que representou o arrepio de frio.