Após décadas de espera e quatro anos de obras, um serviço que deveria ser básico para todos os municípios brasileiros finalmente vai se tornar realidade em Itajaí. Nas próximas semanas, será concluída a implementação do sistema de coleta e tratamento do esgoto sanitário nos bairros Praia Brava, Cabeçudas, Fazenda e Centro, beneficiando cerca de 40 mil pessoas em 80 quilômetros de rede instalada.

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O número deve mais que dobrar até 2016, quando está previsto o término da segunda etapa das obras. A abertura das propostas para esta fase dos trabalhos ocorre no próximo dia 30.

A primeira etapa foi feita com R$ 40 milhões em recursos financiados junto ao BNDES e à Caixa Econômica Federal, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os quatro bairros contemplados receberam 18 elevatórias de esgoto. A estrutura é um conjunto de equipamentos, geralmente dentro de uma edificação subterrânea, que tem como objetivo fazer o transporte das vazões dos esgotos coletados até a Estação de Tratamento. Com o fim dessas obras, Itajaí passa de zero para cerca de 20% da população com saneamento.

– Santa Catarina é um dos piores estados do Brasil em saneamento básico e ações como a que estamos fazendo aqui ajudam a melhorar esses índices – comenta o diretor-geral do Semasa, Flávio Antônio Lage de Faria.

Segunda fase

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A próxima fase do sistema de coleta vai atender os bairros Cordeiros e São Vicente, os mais populosos da cidade, com a rede ampliada em mais 90 quilômetros. Com base nos dados do IBGE, aproximadamente 70 mil pessoas vão ter acesso ao serviço nessas regiões.

O investimento também gira em torno de R$ 40 milhões, aplicado por meio de financiamentos, e a previsão é que os trabalhos durem 24 meses a partir do fim deste ano.

Os bairros Vila Operária, Dom Bosco, Nossa Senhora das Graças, Ressacada, São Judas, São João, Barra do Rio, Imaruí, Cidade Nova e Promorar I, II e III serão contemplados nas outras três etapas de obras, ainda sem data para licitação.

Em busca de sustentabilidade

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2012), divulgada em setembro pelo IBGE, apontam que 27 milhões de residências brasileiras não têm rede de esgoto – o que representa quase 43% do total do país. Já um estudo do Instituto Trata Brasil, feito em outubro deste ano com base no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) do Ministério das Cidades, coloca Santa Catarina na 19ª posição entre todos os estados, com cobertura de esgoto de apenas 21%.

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Em Itajaí o cenário não foge à regra, com o uso de fossas e filtros que jogam todo o esgoto para a rede pluvial e acabam poluindo lagoas e rios. Com o sistema de coleta e tratamento, o Semasa espera tratar todo o material de esgoto sanitário e devolvê-lo aos mananciais com 95% de pureza. Os resíduos sólidos vão ser prensados e encaminhados ao aterro sanitário municipal.

– Vamos proteger todo o manancial, preservar o solo e garantir toda a sustentabilidade do sistema relacionado à coleta do esgoto em Itajaí – afirma o diretor-geral do Semasa.

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) que vai auxiliar nesse trabalho também está em fase de conclusão, na Rua Otto Hoier, Bairro Cidade Nova.