Primeira edição do CNU tem abstenção de mais de 50%, diz ministra

O Concurso Nacional Unificado (CNU), também chamado de “Enem dos Concursos”, foi realizado neste domingo (18) por cerca de 1 milhão de candidatos, de acordo com a ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck. O índice de abstenção foi de mais de 50%, aponta a estimativa inicial.

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Os dados completos, com informações por Estado e região, do comparecimento na primeira edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) serão divulgados nesta segunda-feira (19). Porém, um balanço do certame foi feito pela ministra da Gestão e da Inovação já no fim de domingo.

Ao todo, mais de dois milhões de pessoas estavam habilitadas para realizar a prova. O percentual de abstenção é visto como dentro do esperado pela organização do concurso, já que ficou abaixo de outros certames recentes, como o do Banco Central, com 62% de abstenção. A média histórica é de 40%, afirma Esther, podendo chegar a 50% em concursos maiores.

— Cerca de 1 milhão de pessoas realizaram a prova hoje. É um número que a gente tá fechando a apuração. A gente precisa ter a resposta de todas as salas. Já temos um percentual bastante alto, mas nossa estimativa é que chegue bem próximo de 1 milhão de pessoas que realizaram a prova efetivamente — destacou a ministra.

Ela adiantou que o Distrito Federal foi o que teve o menor número de abstenções, enquanto que o maior índice de abstenção foi registrado no Ceará. A abstenção geral deve ficar entre 52% e 53%. A prova é a maior já realizada na história do país em número de inscritos, e ficou conhecida como “Enem dos concursos”.

O bloco 8, do ensino médio, foi o que teve o maior número de abstenções, afirmou a ministra. Esse bloco era também o que tinha o maior número de inscritos. Já o bloco 3, das áreas Ambiental, Agrário e Biológicas, foi o com maior presença dos inscritos.

Mais de 200 cidades receberam a aplicação das provas, que darão acesso a 6 mil vagas em 21 órgãos federais. Pela primeira vez, uma única prova irá unificar essa quantidade de vagas.

Em torno de 54 mil candidatos solicitaram atendimento especial, focado no público formado por pessoas com deficiência (PCDs), autistas, gestantes e lactantes, além de outras limitações funcionais e necessidade de adaptações.

As provas tiveram início às 9h e foram finalizadas entre 17h30 e 19h, dependendo do bloco de conhecimento e também se o candidato solicitou atendimento especial, o que estendeu o tempo de prova em alguns casos.

As provas do CNU iriam ocorrer inicialmente no dia 5 de maio, mas foram remarcadas por conta das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul no período.

Os cadernos de provas foram divulgados na noite desse domingo e podem ser acessados pelo site oficial do concurso. Já o gabarito oficial deve sair somente na terça-feira (20). Os candidatos terão os dias 20 e 21 de agosto para recorrer das questões.

As notas dos candidatos serão divulgadas no dia 8 de outubro, e o resultado final no dia 20 de novembro. As posses nos cargos selecionados irão ocorrer a partir de janeiro de 2025.

CNU terminou “de forma tranquila”

No balanço do “Enem dos Concursos”, a ministra Esther Dweck disse que o concurso aconteceu sem “nenhuma intercorrência” e terminou “de forma tranquila”. De acordo com o Ministério da Gestão e Inovação, foram menos de 0,2% dos locais de prova que tiveram algum tipo de problema.

Entre as questões citadas, estavam, por exemplo, falta de energia em algumas salas, mas que foi recuperada e que não interferiu na realização da prova. Não foram registrados problemas em termos de segurança, setor que contou com reforços e apoio de 12 mil profissionais de segurança pública.

— Estamos felizes com a realização da prova. Conseguimos o nosso grande objetivo que era levar esse concurso público a todo Brasil — destacou.

Eliminados por levar caderno de prova

Cerca de 500 pessoas foram desclassificadas do CNU por saírem dos locais de aplicação do exame com o caderno de prova. O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) confirmou que a prática era proibida pelas regras do certame, e que isso estava previsto em edital.

O objetivo da medida seria aumentar a segurança do concurso. Caso os participantes quisessem anotar as respostas, os fiscais poderiam entregar uma folha em branco nos últimos 30 minutos de cada turno.

A folha usada para anotar as respostas da manhã também não deveria sair da sala de aplicação de prova, e deveria ficar em um envelope lacrado.

Temas de redação e questões do CNU

O tema da redação do concurso para candidatos a vagas que exigem o ensino médio, foi: “Em que medida a educação e o progresso científico e tecnológico podem contribuir para reduzir as desigualdades socioeconômicas e ampliar o desenvolvimento da sociedade brasileira?”.

Já os candidatos que concorrem a vagas de ensino superior não tinham redação como parte do processo seletivo, mas uma questão discursiva em que o tema variava conforme a área de atuação. Entre os assuntos abordados estavam a situação do sistema penitenciário, mudanças climáticas e outros assuntos.

Já as questões de múltiplas escolhas abordaram temas como inteligência artificial, direitos dos povos originários e etarismo. Uma delas abordou um vídeo, que viralizou em março do ano passado, em que três universitárias debocharam de uma colega de classe por ela ter 40 anos.

*Com informações do g1 e da Agência Brasil

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