Neste domingo, às 17h44min, se inicia a primavera. Sem influência de fenômenos climáticos, como El Niño e La Niña, a estação das flores transcorre dentro da normalidade.
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Depois de um inverno rigoroso marcado por frio e neve, Santa Catarina deve ter dias típicos com nevoeiros pela manhã, abertura de sol e temperaturas subindo durante o dia. Mas é bom deixar o cobertor nos pés da cama. As noites serão mais frias. Os dias vão clarear mais cedo.
Na primavera costuma chover. principalmente nos meses de setembro e outubro. Além disso, a estação é conhecida por ventania e granizo. Algumas vezes, acumulando muita chuva em curto espaço de tempo, bem como períodos de estiagem.
A meteorologista Marilene de Lima, da Epagri/Ciram, órgão que monitora o clima no Estado, explica que isso é característico da transição entre inverno e verão. Em boa parte dos municípios catarinenses, a maior precipitação do trimestre ocorre em outubro, com acumulados de 210 a 280 milímetros de chuva no Oeste e Meio-Oeste, e de 140 a 180 milímetros do Planalto ao Litoral. Em novembro, o volume diminui, com oscilações de 130 a 180 milímetros, em média.
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As chuvas mais intensas serão no Oeste e Meio Oeste. Na segunda quinzena de novembro se inicia o processo de pancadas de chuva de verão. Os ciclones extratropicais oferecem perigo às embarcações no Litoral Catarinense, quando os ventos fortes e mar agitado muitas vezes resultam em ressaca.
Os moradores litorâneos vão conviver com as lestadas, quando do vento leste sopra mais forte. Com relação à temperatura, diz a meteorologista, é possível que ainda faça um pouco de frio. Especialmente nas regiões do Planalto Sul e Meio-Oeste.
A primavera também muda comportamentos. É um período significativo para os pássaros, pois aumenta luminosidade e há mais alimentos disponíveis. Isso favorece a reprodução, sendo que o canto é a ferramenta de sedução.
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A estação também inspira as pessoas a cuidar de jardins e a decorar a casa com flores. Em Santa Catarina, uma espécie em especial é bastante apreciada – a orquídea, que tem a Laelia purpurata como símbolo.
Lenine, um confesso viciado em Orquídeas
Nem só de música vive o escritor e músico Lenine. De orquídeas também. Autodefinindo “orquidólatra”, o músico pernambucano lançou o sexto CD da carreira, em 2008, intitulado Labiata, homenagem a uma espécie rara de orquídea encontrada no Nordeste, de nome científico Cattleya labiata, e que rivaliza, conforme ele, com a Laelia purpurata.
A paixão pela planta deu-se quando ele comprou um sítio em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Em uma das vindas a Florianópolis, acabou presenteando a cidade com um exemplar da Laelia purpurata.
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Mas foi ao mapear as espécies existentes no sítio que Lenine deparou-se com uma planta florida, de um formato diferente, agarrada a uma árvore. No primeiro momento, pensou ser uma parasita.
– Peguei uma grande vara de madeira, consegui arrancá-la do galho e, de posse dela, vi o quão especial era. A forma era completamente nova para mim, parecia um alienígena, fiquei maravilhado. Comecei minha coleção com um Catasetum, e por causa disto, me apaixonei pelas espécies e os híbridos naturais – conta Lenine, que fez um texto para ser publicado no Atlas das Orquídeas de Santa Catarina e na Coleção Biológica Científica (Orquidário Amélia Cirimbelli Brillinger).
Lenine conta que a música tem sido uma grande aliada nesse processo de conhecer as espécies, pois através das viagens pode juntar informações com os lugares das ocorrências de cada planta, altitude, tipo de substrato, de bioma. Isso o levou a fazer uma biblioteca com livros de taxonomia (descrição, identificação e classificação das plantas) das orquídeas.
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Orquidófilo Marcelo Vieira em seu orquidário
Foto: Roberto Scola/Agência RBS
Monte o seu orquidário
Quais as espécies indicadas? ::Dentro de casa (sombra): As melhores e que mais se adaptam a este ambiente são os Cymbidiuns e os Phalaenopsis e os híbridos de Cattleya e de Oncidiun ::Na rua (sacada): Cymbidiuns, Cattleyas (Híbridos) e Dendrobiuns (mais conhecidos como olho de boneca) ::No quintal (aberto): Dendrobiuns, Cattleyas, principalmente a espécie Cattleya intermedia, a Laelia purpurata e os híbridos de Cattleya Continua depois da publicidade É preciso dar água todos os dias? ::Depende principalmente da época do ano e do substrato ::De maneira geral, elas devem ser molhadas todos os dias no verão. No inverno, no máximo duas vezes por semana e na primavera e outono, três vezes por semana A orquídea gosta de sol? ::As orquídeas oriundas de cultivo e orquidários comerciais legalizados não gostam de sol direto, por isso são construídos orquidários e colocadas telas, chamadas de sombrite com 50%, que deixa passar ao local somente 50% da luminosidade Em que época (meses) floresce? ::Depende da espécie, por exemplo: os Dendrobiuns florescem agora, nos meses de setembro e outubro. A Cattleya intermedia, em agosto e setembro. A Laelia Continua depois da publicidade
purpurata entre os meses de novembro e dezembro. Híbridos de Cattleya e Phalaenopsis, praticamente todo ano. Os Cymbidiuns, nos meses mais frios (junho, julho, agosto e inicio de setembro). Normalmente elas florescem apenas uma vez a cada ano e sempre na mesma época (mês) Depois que a flor cai, devo jogar a planta fora? ::Não. Depois que ela terminar a floração é necessário fazer uma limpeza, retirar as partes vegetais que secaram e deixar ela entrar em período de dormência (jamais cortar folhas e bulbos) ::Após o período de dormência (de 40 a 60 dias) a planta iniciará a colocação de novas raízes e novos brotos. Neste período deve-se iniciar a colocação de adubo (que pode ser químico ou orgânico) Continua depois da publicidade É correto pegar orquídeas no mato e levar para casa? ::Não, em hipótese alguma, com exceção para estudos científicos ou mesmo coleções biológicas, desde que se tenha autorização expressa dos órgãos ambientais (estadual e federal) Fonte: botânico e geógrafo Marcelo Vieira Nascimento