A direção-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estima que dos 1,2 mil novos policiais que serão formados na Academia Nacional da instituição inaugurada nesta sexta-feira, em Florianópolis, 100 deles atuarão em definitivo em Santa Catarina.

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O término do curso será em maio. Mesmo que essa quantidade se confirmada, ainda não resolverá o déficit histórico de efetivo da PRF no Estado. O cálculo da superintendência é que o ideal seriam mais 500 policiais, o dobro do atual efetivo, para atender ao necessário.

Pela manhã, na solenidade da criação da Academia, nas SC-401, no Norte da Ilha (antigo prédio da Unisul), o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, não falou em números. Ele chegou com 1h30min de atraso ao horário previsto para o começo da inauguração.

Cardozo ressaltou o desafio de reduzir os acidentes e disse que a vida dos policiais rodoviários federais não é fácil. Ele considera que há um sentimento de orgulho na instituição e de recompensa espiritual impagável aos policiais pelo trabalho que exercem nas rodovias.

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O governador Raimundo Colombo disse que há expectativa em melhorar a segurança e que a instalação da academia no Estado é motivo de alegria a Santa Catarina.

A PRF entregou medalhas de méritos e certificados às autoridades. Os 1,2 mil alunos ficaram postados na frente do palanque durante os discursos. Alguns poucos deles passaram mal em razão do forte calor e foram atendidos. Ao final, houve queima de fogos.

ENTREVISTA: Maria Alice Nascimento Souza, diretora-geral da PRF

Diário Catarinense – A Academia de fato vai trazer mais policiais ao Estado?

Maria Alice – A Academia é nacional. É claro que após a formação dos policiais, a contratação e a efetivação a gente tem alguns critérios de distribuições. Todos os estados vão receber.

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DC – Fala-se que SC receberia 100 desses 1,2 mil novos policiais. Procede?

Maria Alice – Dentro daqueles critérios acredito que seja esse número.

DC – A cada feriadão temos em SC muitas mortes. O que falta na sua opinião para reduzir esse quadro de tragédias no trânsito catarinense?

Maria Alice – Além da capacitação dos policiais e dos novos policiais, precisamos trabalhar também com novas tecnologias e principalmente com gestão, colocando os nossos policiais nos pontos críticos. E isso estamos fazendo e temos já uma demonstração de diminuição nos índices de acidentes em SC e nacionalmente.

DC – Como avalia a condição das rodovias federais de SC?

Maria Alice – Estão bem melhores. Acredito que talvez tenhamos que avançar um pouco. Estamos no caminho certo: a polícia investindo na área de segurança pública quanto o DNIT em infraestrutura no Estado.

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DC – Mas e esses gargalos a cada feriadão, de 10, 20, 30 quilômetros de fila?

Maria Alice – É um problema, mas eu acredito que o Estado já está prevendo isso, analisando e deve em alguns próximos anos encontrar uma solução.