O superintendente da Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina (PRF/SC), André Saul, afirmou que a fala dos agentes que aparecem em imagens dando apoio a manifestantes durante os bloqueios rodoviários foi “mal interpretada”. Imagens, que circularam nas redes sociais, mostram alguns agentes se aliando aos grupos que ocupam rodovias em todo o Estado.
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— Posso garantir que foram ações isoladas, infelizes e que as apurações serão feitas com as medidas cabíveis. Tenho certeza que são bons policiais. Na verdade, excelentes policiais, que estão no dia a dia cumprindo o dever, e uma fala mal interpretada ela acaba levando a interpretação de apoio, que não é nosso caso — disse o agente em entrevista à NSC TV.
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Saul explica, ainda, que a desobstrução das rodovias é tida como uma situação complexa e que já passou do “limite aceitável”. A expectativa é de que nesta quinta-feira (3) todas as rodovias federais sejam liberadas no Estado. Até às 12h, eram 13 pontos nas vias federais que seguiam bloqueados.
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— Os [pontos] mais graves são em Garuva e Joinville, e a BR-470. Já temos ações para desobstrução desses pontos, com a estrutura montada com policiais, concessionárias e a Polícia Militar, todos os órgãos em conjunto tomando as medidas necessárias para desobstruir todos os pontos das rodovias — complementa.
Mais de 500 multas já foram aplicadas
Ainda de acordo com o superintendente, mais de 600 autos de infração e 555 multas já foram aplicadas contra os manifestantes. Cada auto custa, em média, R$ 5 mil, segundo o superintendente. Além disso, a PRF também enviou a Advocacia-Geral da União (AGU) o nome de pessoas e empresas envolvidas nos bloqueios para aplicação da ordem judicial que prevê R$ 10 mil de multa por CPF e R$ 100 mil de multa por CNPJ.
Saul explica que o dia mais complexo de trabalho foi na quarta-feira (2), quando o batalhão de choque foi utilizado em ao menos três pontos da BR-101: Palhoça, Itajaí e Içara.
— Nós iniciamos ontem utilizando o grupo de choque em Palhoça, no km 216. Tão logo fizemos a liberação daquele ponto e manutenção, fomos para a região de Itajaí, onde foi uma das ações mais complexas. Só ali, mais de 3 mil pessoas estavam concetradas […] neste local, a viatura da PM foi apederejada, nossos policiais foram apedrejados. Uma situação muito tensa e complexa para atuarmos e conseguirmos o sucesso — disse.
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A respeito da demora para atuar nas rodovias, o superintendete alega que a medida judicial dava mais segurança jurídica para atuação:
— Até porque têm as multas individualizadas por pessoas, independente de ter veículo na situação. Quando vamos em uma concentração de pessoas, e acaba não tendo veículos sobre a rodovia, as pessoas acham que a penalização não vai ocorrer, ao passo que, quando temos a ordem judicial, essa ordem epenaliza inclusive essas pessoas. Assim fica mais fácil a aplicação da lei.
Por fim, Saul alega que o principal desafio da PRF é garantir a segurança das pessoas, por isso a complexidade na desobstrução.
— A complexidade de uma ação, onde temos uma concentração grande de pessoas, envolve muito risco. Não queremos machucar ninguém, não queremos ferir ninguém. Queremos fazer o cumprimento da ordem judicial, mas com segurança. Então por isso a precisamos de um grupo especial, especializado, que utiliza meios adequados para desobstrução das vias — finaliza.
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