Doenças do coração são as principais causas de morte e internação hospitalar no Brasil e no mundo. Consequentemente, as doenças cardiovasculares consomem grande parte dos recursos públicos e privados destinados à saúde. Uma das principais ações para mudar este quadro, segundo o cardiologista Dr. Humberto Bolognini Tripadalli, da Cardioprime, é investir na prevenção e no tratamento precoce, desenvolvendo campanhas governamentais para conscientizar a população e estimulando a realização de check-up periódico.
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Até o início de setembro deste ano, 270 mil brasileiros já haviam perdido a vida devido a doenças cardiovasculares no Brasil, segundo dados do Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). É mais do que o dobro de óbitos causados pela pandemia do novo Coronavírus no país até então. O problema é que esse resultado negativo se repete há muito tempo: desde os anos 1960, conforme relatório internacional da SBC publicado este ano.
"Como os fatores de risco são completamente assintomáticos no começo, é muito mais difícil convencer a pessoa a se cuidar ou até mesmo se tratar", explica Tripadalli. "Ela pode estar com pressão alta, diabetes, colesterol alto, mas não sente nada. Por isso, o primeiro sintoma muitas vezes já é o próprio infarto", alerta o médico. Checkups periódicos podem, por outro lado, detectar uma anormalidade com antecedência, permitindo um tratamento precoce e diminuindo o risco de acidentes cardiovasculares fatais ou, no mínimo, causadores de sequelas graves.
O problema na prevenção de doenças do coração no Brasil fica bem claro em algumas pesquisas feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo IBGE. Em 2018, a OMS revelou que os brasileiros são o povo mais sedentário da América Latina, com 47% das pessoas adultas fazendo menos exercícios físicos do que o mínimo recomendado pela instituição internacional. Já o hábito de fumar, apesar de estar em franco declínio nas últimas décadas, ainda fazia parte do cotidiano de 14,7% dos brasileiros em 2003, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (em 1989, o número era mais que o dobro: 34,8%).

"Para prevenir doenças cardiovasculares é preciso empenho, é preciso mudar hábitos. E, mesmo assim, ainda há poucas medidas públicas de incentivo para mudar esse quadro e alertar sobre os perigos do colesterol alto, do sedentarismo. Mesmo no caso do tabagismo, existem países cobrando impostos muito mais altos sobre o cigarro, o que ainda não acontece no Brasil", argumenta o cardiologista da Cardioprime.
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Bem-estar
Os benefícios de um coração saudável podem até ser enumerados, mas cada um deles traz um valor incalculável: bem-estar emocional; capacidade física; melhor desempenho profissional. Com mais fôlego, temos mais disposição e, muito mais qualidade de vida.
Santa Catarina é um estado exemplar em relação à longevidade. Com uma média de 79 anos, é onde se vive por mais tempo no Brasil, com uma diferença superior a dez anos em relação aos outros estados com pior desempenho neste quesito. Junto aos outros estados das regiões Sul e Sudeste, é também onde mais se retraiu o índice de mortes por doenças cardiovasculares, em todo o país, entre 1990 e 2017. Mesmo assim, elas seguem sendo a principal causa de mortes entre catarinenses: em 2019, foram 11.515 óbitos causados por doenças cardiovasculares segundo dados do Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE). Nada menos que 27% do total de óbitos registrados pelo órgão público. A única causa de morte que se aproximou deste número foi o câncer (neoplasia), com 9.281 mortes no ano passado no Estado.
Coronavírus
A pandemia do novo Coronavírus também gerou consequências já comprovadas entre pacientes cardíacos.
"Nos últimos seis meses, tivemos um aumentos de 30% de mortalidade por infarto no país” informa Tripadalli. Com medo de se infectar com a doença, as pessoas têm demorado mais tempo para procurar assistência médica. Muitas acabam morrendo em casa.
"Perante um infarto, quanto mais cedo a pessoa chegar no hospital, mais chance tem de sobreviver. O ideal é não demorar mais de seis horas desde os primeiros sintomas", orienta o cardiologista.

Médico responsável: Dr Julio Cesar Schulz
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Cardiologista – CRM/SC 18596 | RQE 10463 e 16900
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