Desde 2012 sem celebrações religiosas, a capela da Comunidade Nossa Senhora das Dores, na zona Norte de Joinville, poderá, a partir de setembro de 2018, receber missas, batizados e casamentos. Registrada em abril deste ano como patrimônio histórico cultural de Joinville, a comunidade busca recursos para restaurar o prédio. A capela fica em um terreno de 6 mil metros quadrados na esquina da rua Tuiuti com a rua Dorothóvio do Nascimento.

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Visitada pela equipe do ¿AN¿, a capela foi encontrada vazia, com portas arrombadas e janelas e telhas quebradas. O padre Fabiano Gustavo Aurino de Rezendes, da Paróquia São Domingos Sávio (no bairro Jardim Paraíso) é responsável pela comunidade Nossa Senhora das Dores. Ele explica que recentemente providenciou o conserto das portas que haviam sido arrombadas e que a manutenção do jardim tem sido feita regularmente. Mas na semana da visita da reportagem, as portas foram arrombadas novamente.

– Uma das maiores dificuldades nossas é o arrombamento, o vandalismo. Nosso único medo vai ser como manter este espaço depois – revela o padre.

A igreja fica em frente ao Cemitério do Cubatão e está cercada por alguns galpões de empresas. O processo de tombamento foi formalizado no dia 27 de abril e o projeto de restauro, aprovado pelo departamento de patrimônio da Secretaria de Cultura e Turismo no dia 23 de junho. Agora, um projeto foi inscrito no Edital Elisabete Anderle, da Fundação Catarinense de Cultura.

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Moradores da região temiam pela demolição do prédio, mas o padre garante que apenas o galpão de festas, que fica ao lado da capela, será demolido. Se a comunidade não conseguir captar recursos por meio do Edital Elisabete Anderle, o padre afirma que vai buscar parcerias com empresas de Joinville. A expectativa é de que as obras de restauro estejam concluídas até setembro de 2018, quando a comunidade completa cem anos de fundação.

De acordo com o historiador Cristiano Viana Abrantes, da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), o projeto de restauro prevê, principalmente, a preservação do piso original da capela. Deve-se preservar também os aspectos arquitetônicos externos e o tamanho do prédio (volumetria). A edificação deve ser mexida o mínimo possível.

– O maior bem da capela é o ladrilho hidráulico. É algo que a gente não encontra em qualquer lugar – afirma.

Um estudo ainda será feito para indicar o que pode ser feito com a forração. A Nossa Senhora das Dores, segundo o historiador, é uma comunidade religiosa do século 20 construída por uma família que tem terras em Joinville antes da fundação da Colônia Dona Francisca, em 1851. Eram terras de sesmarias, ou seja, pedaços de terras distribuídos a agricultores durante o período do Império, no final do século 18.

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A família Cercal doou estas terras para a igreja em homenagem a Nossa Senhora das Dores. Com a chegada do bispo monsenhor Gercino, a capela foi construída.

– Com a expansão do Jardim Paraíso e a construção da ponte do rio Cubatão, nos anos 1970, foi construída outra capela na região. Aquele grupo de pessoas passou a frequentar outro local. Com o tempo, a capela Nossa Senhora das Dores foi perdendo sua comunidade – explica Cristiano.