Três prefeitos presos na quarta fase da Operação Mensageiro, no fim de abril, permanecerão detidos após terem pedidos de revogação da prisão preventiva negados. Com isso, já são pelo menos nove chefes do Executivo de cidades de Santa Catarina detidos na investigação sobre corrupção em contratos de coleta de lixo que tiveram pedidos para deixar a prisão recusados pela Justiça (leia mais abaixo).
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A decisão de negar a revogação para três prefeitos foi tomada pela 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), em sessão nesta quinta-feira (1º). Os políticos que tiveram os pedidos de revogação da prisão preventiva negados foram o prefeito de Imaruí, Patrick Corrêa (União), o de Bela Vista do Toldo, Alfredo Cezar Dreher (Podemos), e o de Massaranduba, Armindo Sesar Tassi (MDB).
Os três prefeitos presos na quarta fase se juntam a pelo menos mais seis políticos detidos nas primeiras etapas da Operação Mensageiro e que também não conseguiram decisões favoráveis para deixar a prisão até o momento. Os prefeitos de Tubarão, Joares Ponticelli, Pescaria Brava, Deyvisonn de Souza, e de Papanduva, Luiz Henrique Saliba, também já tiveram pedidos de revogação da prisão preventiva negados no Tribunal de Justiça, entre janeiro e abril deste ano.
Outros políticos, incluindo o prefeito de Capivari de Baixo, Vicente Corrêa Costa, o de Ibirama, Adriano Poffo, e o de Balneário Barra do Sul, Antônio Rodrigues, além do próprio Ponticelli, também tiveram pedidos de habeas corpus negados no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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Além dos prefeitos com pedido recusado nesta quinta, o empresário e ex-secretário de Administração de São Martinho, Jorge Ari Tetzlaff, e o secretário de Administração de Ibirama, Fábio Luiz Fusinato, também tiveram as prisões preventivas mantidas.
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Prefeito consegue prisão domiciliar
O julgamento que analisou os casos foi o mesmo em que o órgão decidiu conceder o regime de prisão domiciliar ao prefeito de Schroeder, Felipe Voigt. Com isso, dois dos 16 prefeitos presos na investigação estão em regime domiciliar. Na decisão, a justificativa para a concessão da mudança de regime ao político seria a preservar a integridade física do prefeito, segundo o advogado de defesa.
Além de Voigt, o prefeito de Lages, Antônio Ceron (PSD), teve o benefício concedido ainda em fevereiro. Os demais agentes públicos seguem reclusos em unidades do sistema prisional de SC.
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Contrapontos
A defesa do prefeito de Massaranduba, Armindo Sesar Tassi, informou que avalia o acórdão da decisão desta quinta-feira para analisar medidas judiciais cabíveis, como um possível recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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O advogado Guilherme Silva Araújo, responsável pela defesa do prefeito de Bela Vista do Toldo, Alfredo Cezar Dreher, defendeu que a prisão provisória neste caso poderia ser substituída por medidas cautelares e também afirmou que deve apresentar recurso ao STJ pedindo a revogação da prisão.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do prefeito de Imaruí, Patrick Corrêa.
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