Detentos do Complexo Prisional da Canhanduba, em Itajaí, iniciaram uma rebelião no início da manhã deste domingo. Cerca de 40 presos fizeram dois funcionários terceirizados reféns, tomaram a enfermaria e a ala do Regime Diferenciado Disciplinar (RDD).
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A rebelião terminou após uma negociação entre presos, Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap) e o Judiciário. Os motivos para o início do movimento estão ligados à superlotação da unidade, uma das únicas a receber presos de outras regiões do Estado.
Os detentos rebelados reclamavam da água e da alimentação servidas no presídio, afirmavam que muitos estavam ali irregularmente e já deveriam ter sido transferidos para a penitenciária (onde estão os detentos condenados), e pediam transferência para outras cadeias no Estado. Ainda pela manhã nove presos foram levados com escolta a Joinville. Outros serão transferidos à penitenciária do Complexo.
Superlotado
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Tido como exemplo de ressocialização, o Complexo da Canhanduba passou a sofrer com a superlotação desde que unidades prisionais em todo o Estado deixaram de receber novos presos por ordem judicial. Hoje, abriga detentos de Blumenau, Rio do Sul e da Grande Florianópolis, além dos que são da região de Itajaí.
Na semana passada, a OAB emitiu um relatório de inspeção feita no Presídio da Canhanduba e pediu solução urgente para a superlotação da unidade _ especialmente das celas de triagem, onde 25 detentos dividem um espaço que comporta apenas oito.
O documento foi entregue à Vara de Execuções Penais de Itajaí, ao Ministério Público, Corregedoria do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Estado, à direção da unidade e ao Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário no Estado.
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O presídio tem capacidade para até 696 presos, mas abriga 1149.