No rígido sistema disciplinar da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, outros motivos estão incomodando os criminosos da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC): os mosquitos e o calorão diário de mais de 35 graus.

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A prisão abriga há 25 dias 37 criminosos de Santa Catarina enviados para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) após a segunda onda de ataques e atentados no Estado.

O grupo está numa ala isolada e não teria contato com presos de outros estados e facções, que também são considerados de alta periculosidade. São 22 horas de isolamento. Cada cela abriga um preso, que tem direito a duas horas de pátio.

Depoimentos obtidos pelo DC sobre a estada do PGC em Mossoró revelam o lado abusado da facção que desafiou a segurança pública ao ordenar em fevereiro e novembro incêndios em ônibus, tiros contra unidades policiais e a morte da agente penitenciária Deise Alves (outubro de 2012).

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A prisão é considerada modelo no rigor com os detentos. Nos primeiros dias, os presos reclamaram das altas temperaturas em Mossoró. Mas o que mais estaria incomodando seriam os mosquitos. As celas contam com leve abertura na lateral superior e não há telas para impedir a entrada de insetos e pernilongos.

– Chegaram reclamando, pedindo repelente e até protetor solar. São caras folgados, cadeieiros velhos – contou um funcionário da prisão à reportagem.

Familiares catarinenses começam a ser vistos na cidade em busca de visitas aos presos, conforme relato de servidores. Outra movimentação seria a de advogados de SC.

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Por enquanto, o prazo estabelecido pela Justiça é de que os detentos do PGC podem ficar por um ano no RDD federal, mas esse período é renovável por mais 365 dias.

A penitenciária fica numa área de mata e a 267 quilômetros da capital. Custou R$ 25 milhões e conta com cerca de 200 vagas, sendo que pouco mais de 50% estariam ocupadas.

O prédio tem 12 mil metros quadrados e quatro pavilhões. A segurança é máxima, há 260 câmeras e sensores de movimento espalhados nas cercas.

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Outros três líderes do PGC foram transferidos – também em fevereiro – para o presídio federal de Porto Velho, em Rondônia.