A Polícia da Paraíba prendeu dez homens – dentre os quais três adolescentes – acusados de envolvimento no estupro de cinco mulheres e nas mortes de duas delas na madrugada de domingo. As mulheres foram estupradas durante uma festa de aniversário em uma casa no centro da cidade de Queimadas, a 140 quilômetros de João Pessoa.

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Os crimes chocaram os cerca de 40 mil habitantes de Queimadas. A primeira versão dava conta de que cinco homens encapuzados teriam invadido a casa, amarrado e trancado todos os homens em um quarto e estuprado todas as mulheres.

No início das investigações, a Polícia desconfiou da participação dos donos da casa nos crimes, os irmãos Eduardo e Luciano dos Santos Pereira, que foram presos no velório das duas mulheres estupradas e mortas. A Polícia descobriu que os crimes teriam sido premeditados e que os estupros teriam sido “um presente” de Eduardo para Luciano, o irmão aniversariante.

Segundo o superintendente da 2ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Campina Grande, André Rabello, o crime teria sido planejado pelos irmãos na manhã do último sábado. Luciano pediu ao irmão que atraísse as mulheres para a festa.

De acordo com a delegada Cassandra Duarte, as duas mulheres mortas – a recepcionista Michele Domingos da Silva, 26 anos, e a professora Isabela Pajussara Frazão Monteiro, 28 anos – eram amigas dos irmãos que organizaram a festa. Michele foi assassinada na lateral da igreja matriz de Queimadas, no Centro da cidade.

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Ela foi morta a tiros após se jogar de uma caminhonete em movimento. Michele foi socorrida ainda com vida, mas morreu a caminho de um hospital de Campina Grande. Isabela foi encontrada morta, nua, numa comunidade rural a dois quilômetros da cidade. Ela estava com os pés e mãos amarrados, olhos vendados e a boca amordaçada com uma meia. O corpo estava na carroceria da caminhonete.

Isabela e Michele, segundo a Polícia, foram assassinadas porque identificaram os estupradores. Outras mulheres – ao todos eram sete – foram preservadas por serem esposas dos dois irmãos acusados.

A delegada Cassandra Duarte disse que as esposas dos acusados foram feitas reféns e trancadas no banheiro.

– Elas não sabiam que os maridos tinham planejado o crime. Foram vítimas também. Elas pensavam que havia sido um assalto, assim como eles inventaram para polícia – disse a delegada.

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Segundo o delegado, todos os homens que estavam no local sabiam do plano.