Um aposentado alemão de 70 anos que andava sem rumo pela América Latina a bordo de um motor home está preso preventivamente em Santa Catarina. Joachim Becker é o principal suspeito pela morte da mulher, a também alemã Walburga Cacilia Christina Becker, 71 anos.
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O juiz Fernando Seara Hickel, da Comarca de São Francisco do Sul, cidade onde foi encontrado o corpo de Walburga, aceitou na última quinta-feira a denúncia do Ministério Público catarinense. Um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Joachim deve ser julgado esta semana pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
A Polícia Federal (PF) iniciou as investigações a partir de uma intervenção da Interpol – organização policial internacional. Os filhos do casal entraram em contato com a organização depois que a mãe deixou de dar notícias.
Ela teria vindo ao Brasil visitar o marido que, segundo a polícia, vivia com outra mulher – uma andarilha de Blumenau.
– Na mesma época em que interrogamos o alemão, descobrimos que havia um cadáver no necrotério de São Francisco do Sul esperando por identificação – explica o superintendente da PF em Santa Catarina, Ademar Stocker.
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Um exame da arcada dentária feito na Alemanha confirmou a suspeita de que o corpo era de Walbruga, desaparecida desde julho. O cadáver foi encontrado em uma trilha na Praia Grande, em São Francisco, em estado avançado de decomposição. Segundo o laudo pericial, a mulher morreu com três tiros na cabeça.
No dia 19 de novembro, o juiz da Comarca de São Francisco havia aceitado o pedido de quebra de sigilo telefônico feito pela PF para investigar o suspeito. Por meio das interceptações de telefone e e-mail, a polícia confirmou que Joachim esteve no local onde o corpo foi encontrado.
Algumas testemunhas também confirmaram terem visto o homem nas imediações do local do crime. Para a polícia, Joachim negou ser responsável pela morte da mulher. Além de aceitar a denúncia, a Justiça considerou o fato de que o suspeito não tem residência fixa para decretar a prisão preventiva.
Além disso, ele não chegou a registrar queixa sobre o desaparecimento da mulher. Joachim está preso no Complexo Penitenciário da Trindade, em Florianópolis. A advogada de defesa de Joachim Becker, Rosane Zucki, explicou que Walburga Becker viajava com o marido pelo mundo. Eles começaram a aventura há dez anos e há seis estavam na América Latina.
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Segundo Rosane, Walburga ficou longe de Joachim por cerca de dois meses, quando esteve visitando os filhos na Europa. Conforme a versão de Joachim, ele e a mulher teriam parado em um posto de combustíveis em Itajaí, no dia 29 de junho, quando ela sumiu.
– Ele diz que foi tomar banho quando ela pegou as coisas e desapareceu – conta.
O homem não chegou a registrar boletim de ocorrência porque não fala português e porque disse ter saído à procura de Walburga. O relacionamento com a mulher de Blumenau teria iniciado após o sumiço da esposa.