Preso nesta terça-feira (16), o prefeito de Urussanga, Gustavo Cancellier (Progressistas), já foi alvo de outras duas outras operações e chegou a ficar afastado do cargo por 390 dias. A ação policial que lhe rendeu a prisão foi deflagrada pela 2ª Delegacia de Combate à Corrupção da DEIC (2ª DECOR), na segunda fase da Operação Terra Nostra, que investiga supostos desvios de recursos públicos no município.
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Cancellier foi alvo da polícia pela primeira vez em maio de 2021, durante as investigações da Operação Benedetta, que apurou supostas irregularidades na gestão de recursos federais para obras de pavimentação no município. Na ocasião, por determinação judicial, ele foi afastado da cadeira do executivo municipal.
Pouco mais de um ano depois, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou as medidas cautelares e devolveu o mandato. No documento, o desembargador Olindo Menezes argumentou que, entre outros aspectos, “o paciente (Cancellier), ainda não condenado, não pode ficar a vida inteira sob a suspeita de que, voltando a administrar o Município, venha a causar prejuízos aos cofres públicos”.
À época, por causa da Operação Benedetta, Cancellier chegou a ser alvo de duas tentativas de cassação por parte da Câmara de Vereadores de Urussanga. Porém, ambas não foram em frente.
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Operação Wotan
Em dezembro de 2022, Gustavo Cancellier passou a ser investigado novamente. Desta vez, pela Operação Wotman, coordenada pela Polícia Civil e Ministério Público, que tinha como objetivo apurar a possível prática do crime de corrupção ativa no âmbito da Comissão de Investigação e Processante, instalada na Câmara de Vereadores de Urussanga em 2021.
Neste ano, Cancellier foi inocentado na ação e o processo foi arquivado por falta de provas, já que não foram encontrados indícios de crime por parte do prefeito.
O que é a Operação Terra Nostra
A primeira fase da Operação Terra Nostra foi deflagrada em março deste ano e investiga supostos desvios de recursos públicos dos cofres de Urussanga. Na segunda fase, nesta terça-feira, foram presas quatro pessoas: o prefeito da cidade, Gustavo Cancellier, os vereadores Thiago Mutini (PP) e Beto Cabeludo (Republicanos), e um ex-servidor comissionado.
Os agentes apuram os crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, o uso indevido da renda pública e, ainda, contratação direta fora das hipóteses legais. Segundo a Polícia Civil, “no curso do inquérito policial, apurou-se ter sido adquirido dois imóveis com valores superfaturados, sendo tais fatos corroborados através dos trabalhos periciais”.
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Foram cumpridos também nove mandados de busca e apreensão e o afastamento de quatro servidores das funções. A reportagem do NSC Total tentou contato com os citados e a prefeitura de Urussanga, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto.
Já a Câmara de Vereadores, em nota assinada pelo presidente da Casa, Luan Francisco Varnier (MDB), informou que ainda não foi comunicada oficialmente e nem teve acesso a detalhes da operação que resultou na prisão de dois parlamentares.
Leia a nota na íntegra
“O Legislativo Municipal esclarece que ainda não foi comunicado oficialmente e nem teve acesso aos autos da operação que resultou na prisão de dois vereadores e do prefeito Municipal.
A Câmara se compromete em zelar pela transparência e a continuidade do bom trabalho e aguarda a manifestação dos órgãos judiciais para a tomada das decisões com o objetivo de reestabelecer a moralidade no Município“.
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