Acostumado a dar ordens, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu – detido desde sexta-feira por ter sido condenado no processo do mensalão – impõe a disciplina na prisão.
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Levanta bem cedo, faz ginástica, organiza temas para “debates” e virou o mandachuva que passa as tarefas aos companheiros e decreta a hora de fazer exercícios, de ler, de caminhar e de jogar conversa fora.
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Na manhã de ontem, antes da saída do deputado e ex-presidente do PT e deputado federal José Genoino – que passou mal e foi hospitalizado -, Dirceu deu voz de comando a Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT. Maníaco por limpeza, ele pegou um balde de água, sabão e vassoura e puxou Delúbio para ajudá-lo na faxina na cela “S 13”, número do PT.
– A gente chega lá e sai triste com a situação, mas também motivado, porque meu pai não se entrega. É um guerreiro – afirmou o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro.
Quem vai visitar Dirceu e seus companheiros tem a impressão de que está em um quartel. A sala de visitas é modesta, com mesa e cadeiras, e todos vestem roupas brancas. A cela que abriga os condenados do PT foi a cantina da Papuda, hoje reformada.
Até ontem, era Dirceu – hipocondríaco de carteirinha – quem cuidava do horário dos remédios de Genoino, conferia se ele se alimentava direito e procurava animá-lo. “A Dilma defendeu você”, disse ao deputado, na noite de quarta-feira, em uma referência à entrevista na qual a presidente Dilma Rousseff afirmou estar preocupada com a saúde do amigo petista.
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No manual de autoajuda de Dirceu, o importante é manter “a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo”. Para se distrair no cárcere, o ex-chefe da Casa Civil do governo Lula lê O Capital e suas Metamorfoses, do economista Luiz Gonzaga Belluzzo.
Depois de ler, Dirceu gosta de saber a opinião dos colegas de cela – como Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL (atual PR), e Romeu Queiroz, ex-deputado do PTB – sobre as eleições de 2014 e os rumos da política.
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