A Operação Mensageiro já teve 17 prefeitos presos preventivamente nas quatro fases decretadas desde dezembro de 2022. A investigação apura supostos pagamentos de propina a prefeitos e secretários em troca de vantagens ilícitas a uma empresa em contratos de coleta de lixo de cidades de Santa Catarina.
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Entre os 17 prefeitos ou ex-prefeitos presos nas quatro fases, 16 já haviam conseguido a liberdade mediante cumprimento de medidas cautelares pela Justiça até junho de 2024. Em alguns casos, entre as medidas está o uso de tornozeleira eletrônica. Apenas o prefeito Clezio Fortunato (MDB), preso na quinta fase da Mensageiro, em abril de 2024, permanecia detido.
Alguns pedidos de revogação das prisões apresentados pelos advogados de defesa de prefeitos tiveram êxito depois que os agentes públicos renunciaram ao cargo. Um dos casos foi o do ex-prefeito Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo, no Sul do Estado. No dia 17 de julho, ele entregou uma carta de renúncia à Câmara de Vereadores, abandonando o cargo.
Por conta disso, o processo dele deixou de tramitar no Tribunal de Justiça, onde deveria ser analisado pelo fato de ele ter foro privilegiado, e foi remetido para a comarca da cidade, já que o prefeito não exercia mais o cargo que lhe garantia o direito de ser julgado na instância superior. A mesma mudança ocorreu nos outros casos em que os prefeitos renunciaram.
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No decorrer da investigação até o momento, nove prefeitos que chegaram a ser presos preventivamente renunciaram ao cargo. Outros quatro tiveram os mandatos declarados extintos pelas câmaras de vereadores dos municípios.
O prefeito de Ibirama, Adriano Poffo (MDB), está afastado temporariamente até o julgamento por decisão da Justiça, e dois chefes do Executivo que chegaram a ser presos preventivamente, Antônio Ceron (PSD), de Lages, e Patrick Corrêa (Republicanos), de Imaruí, continuam nos cargos de prefeito.
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Confira abaixo a situação dos prefeitos
Em liberdade, mediante medidas cautelares
- Luiz Henrique Saliba (PP), ex-prefeito de Papanduva (mandato extinto pela Câmara em 3 de junho)
- Vicente Corrêa Costa (PL), ex-prefeito de Capivari de Baixo (renunciou ao cargo em 13 de julho)
- Joares Ponticelli (PP), ex-prefeito de Tubarão (renunciou ao cargo em 10 de julho)
- Antônio Ceron (PSD), prefeito de Lages (voltou ao cargo com autorização da Justiça em 20 de julho)
- Patrick Corrêa (Republicanos), prefeito de Imaruí
- Deyvisonn de Souza (MDB), ex-prefeito de Pescaria Brava (renunciou ao cargo em 11 de julho)
- Adilson Lisczkovski (Patriota), ex-prefeito de Major Vieira (mandato extinto pela Câmara em 7 de agosto)
- Adriano Poffo (MDB), prefeito de Ibirama (afastado do cargo por decisão judicial até o julgamento do caso)
- Alfredo Cezar Dreher (Podemos), ex-prefeito de Bela Vista do Toldo (mandato extinto pela Câmara em 11 de outubro)
- Antônio Rodrigues (PP), ex-prefeito de Barra do Sul (mandato extinto pela Câmara em 19 de junho)
- Armindo Sesar Tassi (MDB), ex-prefeito de Massaranduba (renunciou ao cargo no dia 4 de dezembro de 2023).
- Luiz Tamanini (MDB), ex-prefeito de Corupá (renunciou ao cargo em 21 de agosto)
- Felipe Voigt (MDB), ex-prefeito de Schroeder (renunciou ao cargo em 21 de agosto)
- Marlon Neuber (PL), ex-prefeito de Itapoá (renunciou ao cargo em 3 de julho). Foi condenado a 18 anos de prisão no primeiro caso julgado da Operação Mensageiro, no dia 28 de setembro. Em 8 de dezembro, deixou a prisão após um ano de regime fechado para cumprir o restante da pena na modalidade semiaberto, podendo trabalhar e seguir em casa.
- Luiz Antonio Chiodini (PP), ex-prefeito de Guaramirim (renunciou ao cargo em 22 de agosto). Teve a liberdade concedida pelo STJ em 12 de dezembro.
- Luiz Shimoguiri (PSD), ex-prefeito de Três Barras (renunciou ao cargo em 28 de agosto)
Preso preventivamente
- Clezio Fortunato (MDB), prefeito de São João do Itaperiú (afastado do cargo temporariamente durante a prisão)
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