Uma operação da Polícia Civil, deflagrada na manhã desta quinta-feira (20), teve como alvo o ex-prefeito de Pescaria Brava, Deyvison Souza. As investigações, coordenadas pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Laguna, apuram desvio de rendas públicas e outras fraudes em contratos administrativos entre o município de Pescaria Brava e uma empresa de Laguna.

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Foram cumpridos oito ordens judiciais, entre mandados de busca e apreensão e de sequestro de bens dos investigados, no valor superior a R$ 1,7 milhão. Foram sequestrados cinco veículos e dois imóveis em Tubarão e Laguna. Esta é a quarta fase da operação intitulada “Exspiravit”.

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Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Pescaria Brava informou que “a investigação envolve contratos do ano de 2022 e que a Prefeitura vem cooperando com a autoridade policial, durante toda a investigação, a fim de que os fatos sejam elucidados”.

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O ex-prefeito foi preso na primeira fase da Operação Mensageiro, deflagrada em dezembro de 2022, que investiga o pagamento de propina em troca de vantagens em contratos de coleta de lixo em cidades de SC. Ele renunciou ao mandato em julho de 2023.

Atualmente, o político está sob medida cautelar com uso de tornozeleira eletrônica. A reportagem também procurou a defesa do ex-prefeito e foi informada de que ainda não há manifestação sobre o assunto.

Entenda a investigação

Segundo a Polícia Civil, entre 2020 a 2022, o ex-prefeito de Pescaria Brava teria se associado com um empresário de Laguna, vencedor de diversas licitações do município, para desviar rendas públicas. Esses valores deveriam ser empregados no pagamento de trabalhadores ligados às Secretarias da Educação e de Obras.

Ainda conforme as autoridades policiais, o objetivo desses desvios era remunerar diversos apadrinhados políticos e cabos eleitorais do ex-agente político, por intermédio da empresa investigada.

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Apurou-se também suposto superfaturamento de contratos administrativos, com remuneração 50% superior dos serviços efetivamente prestados.

“A título de exemplo, observou-se, ainda, que pagamentos realizados por Pescaria Brava eram endereçados até mesmo ao pai de um vereador da cidade de Joinville, que raramente vinha, a lazer, para o município de Pescaria Brava”, explica a Polícia Civil em nota.

Fases anteriores

Todas as etapas anteriores da Operação Exspiravit foram deflagradas em sigilo. A primeira delas foi executada em novembro de 2023 e teve como alvo a Prefeitura de Pescaria Brava.

Já a segunda fase foi deflagrada em janeiro, tendo como alvo imóveis do município de Joinville. A terceira fase, que resultou na expedição de 20 mandados de busca e apreensão, foi executada em Laguna, Pescaria Brava e Criciúma.

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