Preso preventivamente na Operação Mensageiro desde dezembro do ano passado, Marlon Neuber (PL) renunciou ao cargo de prefeito da cidade. Ele virou réu na investigação do Gaeco que apura suspeitas que envolvem a coleta e destinação de lixo em mais de 20 cidades catarinenses. O decreto com o termo de renúncia foi publicado no Diário Oficial do município nesta segunda-feira (3).

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Operação Mensageiro: prefeito de Itapoá é denunciado 20 vezes por crime de corrupção

Conforme o documento, assinado pelo vereador Fernando dos Santos Silva, o Fernando da Barra, com o pedido, o mandato de Marlon será automaticamente extinto, já que a lei orgânica de Itapoá prevê a extinção em caso de renúncia escrita pelo chefe do Executivo e a decisão, portanto, “independe de deliberação do plenário”.

Ainda conforme a legislação, o prefeito será sucedido por seu vice, Jeferson Garcia (MDB), que já está como interino no cargo desde a prisão de Marlon, que estava afastado do cargo pela Câmara de Vereadores. A lei ainda diz que Jeferson não poderá recusar a substituição e, caso o faça, poderá também ter o mandato extinto.

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Prefeito admitiu ter recebido propina

Marlon Neuber se tornou réu na operação em abril deste ano. Ele foi denunciado 20 vezes pelo crime de corrupção passiva no esquema considerado o maior escândalo de corrupção do Estado.

Operação Mensageiro: prefeito de Itapoá diz que recebeu R$ 460 mil em propina e comprou imóvel

Em audiência de instrução ocorrida no final de maio, confirmou o recebimento de propina da empresa investigada a Serrana Engenharia. Segundo ele, os pagamentos teriam ocorrido entre 2017 e 2022 e chegaram a R$ 460 mil ao longo de todo o período, conforme cálculos próprios.

Ele foi preso em dezembro, no retorno das férias no exterior.

O que é a megaoperação

Outros três prefeitos de Santa Catarina já haviam sido presos preventivamente na megaoperação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por suspeita de corrupção. São eles: Deyvison Souza, de Pescaria Brava, no Sul catarinense, Luiz Henrique Saliba, de Papanduva, e Antônio Rodrigues, de Balneário Barra do Sul, cidades do Norte de SC.

A investigação está relacionada a suspeita de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo em diversas regiões de Santa Catarina.

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Conforme o MP, os bens de 25 empresas e 11 pessoas foram bloqueados por ordem do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), totalizando R$ 282 milhões. Além disso, a Mensageiro já apreendeu cerca de R$ 1,3 milhão em espécie. A quantia estava em casas e locais de trabalho dos investigados.

Também foram apreendidos 58 computadores, 85 celulares e 140 mídias eletrônicas. O material será utilizado em perícias das investigações. Até o momento, já foram cumpridos 16 mandados de prisão e 109 mandados de busca e apreensão.

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