O início da carreira política de Delcídio Amaral, senador petista preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, tem forte ligação com Santa Catarina. Formado em engenharia elétrica e natural de Corumbá (MS), Amaral trabalhava na Holanda no final da década de 1980, onde atuava na Shell. Ao retornar para o Brasil, em 1991, foi indicado como diretor de finanças da Eletrosul, em Florianópolis, quando o Presidente da República era Fernando Collor.

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Pouco tempo depois, o líder do governo Dilma no Senado assumiu outra função no governo federal como secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia até ser nomeado ministro responsável pela pasta, em 1994, no governo do Presidente Itamar Franco.

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Em 1999, o Ministério Público Federal (MPF) de Santa Catarina entrou com uma ação de improbidade administrativa com Amaral. Isso porque o órgão alegava que o então ministro de Minas e Energia, em 1994, Alexis Stepanenko, nomeou Amaral, que era funcionário em cargo comissionado, para o cargo de secretário executivo da pasta. Stepanenko teria, então, solicitado à Eletrosul que fosse dada licença remunerada a Amaral, mesmo ele não sendo do quadro da autarquia.

Depois disso, a diretoria da Eletrosul teria dado ao senador a continuidade de seu pagamento como diretor, ajuda de custo mensal, passagens de Brasília a Florianópolis e reembolso em transporte de móveis e utensílios. Em 2002, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que Stepanenko e Amaral não praticaram improbidade administrativa no caso e por isso ficaram livres da denúncia.

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No governo de Fernando Henrique Cardoso, Amaral trabalhou como diretor de Gás e Energia da Petrobras. De 1998 a 2001, ele foi filiado ao PSDB. Depois disso, assinou ficha no Partido dos Trabalhadores (PT)

Carreira no Senado e presidência de CPMI

O sul-matogrossense foi eleito senador pela primeira vez em 2002 com 500 mil votos. Por duas vezes, tentou ser governador do Mato Grosso do Sul, mas não teve êxito. Em 2005, ocupou o cargo de presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) dos Correios, que deu início às investigações do Mensalão.

Laços com a Capital

Pelo tempo que morou em Florianópolis, o senador do Mato Grosso do Sul estreitou os laços com Santa Catarina. Com frequência ele era visto circulando pelas praias do Norte da Ilha, como Jurerê Internacional e Brava, onde ele teria um apartamento. A esposa do senador administra lojas de um franquia instaladas em shoppings da Capital. A filha de Amaral também reside em Florianópolis.

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