A sirine ecoou no Complexo da Agronômica, em Florianópolis, nesta quarta-feira, dia 22. O aviso mobilizou rapidamente policiais militares e agentes penitenciários. A primeira fuga de 2014 na unidade tinha acabado de acontecer.

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Eram cerca de 15h30min quando o detento natural de Criciúma, Dione da Silva Amancio, o Nano, 26 anos, aproveitou uma falha na segurança e escapou pelo mato. Ele cumpria pena por tráfico de drogas em regime fechado.

A oportunidade de não voltar para uma cela com sensação térmica de mais de 40 graus surgiu numa transferência interna. O percurso de quase 50 metros seria feito a pé, entre o COT (Centro de Observação e Triagem) e a ala de segurança máxima da penitenciária.

Algemado com as mãos para a frente, Amancio foi escoltado por um agente penitenciário desarmado.

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Os dois caminhavam na direção dos fundos do complexo. Não havia muro ou qualquer outro obstáculo entre eles e a mata do Maciço do Morro da Cruz.

No meio do caminho, o detento saiu correndo. O agente correu também, mas não conseguiu alcançá-lo.

Vestido com o uniforme laranja do sistema prisional, Amancio disparou para dentro do mato, em direção ao Morro do Horácio.

Equipes da Companhia de Policiamento de Guarda da Polícia Militar e do Batalhão de Choque fizeram buscas na mata e ruas vizinhas. O helicóptero Águia da PM sobrevoou a região. Uma barreira policial foi montada na esquina do complexo. Até as 21h30min desta quarta, o foragido não havia sido recapturado.

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O complexo tem sete unidades e área de aproximadamente 300 mil metros quadrados. Nesta quarta, 14 presos foram escoltados do local. Durante o dia, a penitenciária estava com 744 detentos, 24 a mais do que a capacidade.

Abrigo no Horácio

Depois de fugir, Dione da Silva Amancio deve ter se escondido no mato e esperado anoitecer para buscar abrigo com os traficantes do Morro do Horácio, comunidade mais próxima do complexo. A observação é de policiais militares que participaram das buscas.

– Ele vai sair no meio da noite. Se conseguir chegar no Horácio, mesmo não sendo daqui, vai ser acobertado. Bandido é bandido. Os traficantes vão dar comida e roupa para ele, que estava de uniforme laranja. É sempre assim quando alguém foge para lá – disse um policial que preferiu o anonimato.

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Ele explicou que as algemas geralmente são arrebentadas com corrente e pedra ou marreta.

O tráfico no Morro do Horácio é comandado pela facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC).