Passados três anos de duas grandes fugas em massa do complexo prisional da Agronômica, as maiores da história de Santa Catarina, ainda não há sequer uma tela que possa aumentar a segurança nos fundos do Presídio Masculino, uma das unidades existentes no local.
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:: Deap confirma fuga de 13 presos do Presídio Masculino de Florianópolis
Nesta segunda-feira à tarde, 13 presos escaparam após destruírem uma porta e uma sala para ganhar acesso ao lado de fora.
Ao lado do presídio, do terreno de uma igreja, é possível chegar facilmente ao interior da prisão, assim como sair dali e ir em direção ao Maciço do Morro da Cruz. Pilares de concreto até existem, mas ainda sem a tela. O único impedimento de entrada ou saída é a guarita com vigilantes terceirizados.
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Apenas no Presídio Masculino estão cerca de 300 detentos. Em todo o complexo, o número ultrapassa 2,5 mil presos, em espaço em condições de superlotação.
O Estado também não construiu a prometida muralha na parte dos fundos do complexo. O que foi feito, explica o secretário da Justiça e Cidadania interino e diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, é a construção de muros ao redor de cada unidade. Já o Presídio Masculino nem muro ao redor apresenta na parte lateral.
Lima afirma que a ausência da tela não significa facilitação de fuga, uma vez que toda a área do complexo não tem muros e a grande muralha não será construída em razão do projeto de desativação da prisão.
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Ele exemplifica citando o fato de que o Presídio Masculino estava há cinco anos sem o registro de fuga.
– Houve uma falha de procedimento e a sindicância vai apurar. A ausência da cerca não facilitou em nada, não tem nada a ver, ela não resolveria – garante o secretário interino.
Dos 13 fugitivos, apenas dois foram recapturados até o começo da noite. Havia um total de 60 na galeria E, em que houve a fuga, sendo que 47 não quiseram escapar.
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Construção de nova Triagem não sai do papel
Desde o ano passado o Estado não consegue construir uma nova Central de Triagem da Grande Florianópolis.
Estão assegurados R$ 14 milhões para a obra com capacidade para 407 presos. O impedimento, conforme o secretário da Justiça e Cidadania, ainda é a liberação do alvará pela Prefeitura de São José.
O Estado busca na Justiça a autorização. Hoje, diz Lima, o impasse está na documentação exigida pela Justiça para a liberação.
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O secretário espera que em janeiro a Procuradoria Geral do Estado obtenha os motivos da demora para que a unidade finalmente seja erguida.
– O complexo da Agronômica está socado pela falta de uma central de triagem – argumenta Lima, lamentando a recusa da Prefeitura de São José em liberar a licença.
Em fevereiro de 2011, 78 presos fugiram da Central de Triagem que fica dentro do complexo da Agronômica, sendo a maior fuga já registrada em Santa Catarina.
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Em junho daquele mesmo ano, em uma nova escapada em massa, 72 ganharam a liberdade ao fugir da mesma Central de Triagem.
O complexo fica em uma área residencial de Florianópolis, sendo que a Penitenciária é a construção mais antiga e completou este ano 84 anos de existência.