O Complexo Penitenciário da Canhanduba, em Itajaí, estreou uma tecnologia inédita na região para auxiliar nas revistas de visitantes. Um scanner, igual ao usado em aeroportos, foi instalado no local para que sejam averiguados os alimentos e outros itens levados pelos familiares aos presos.

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O equipamento está em uso desde a semana passada e já tem agilizado o sistema de revistas. Antes, por exemplo, um pacote de bolachas levado a um preso precisava ser aberto. Agora, o equipamento consegue detectar, sem violar a embalagem, se existe algum objeto dentro do pacote.

– Ele tem esse sistema que identifica por cores cada tipo de material encontrado – explica o diretor do complexo Juliano Stoberl.

Ao passar objetos pela esteira, em dois monitores os agentes conseguem verificar até de que tipo de item se trata. Objetos como facas, tesouras e serras, por exemplo, são identificados perfeitamente mesmo que estejam dentro de uma caixa ou em meio à comida.

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Além do Complexo Penitenciário da Canhanduba, a penitenciária de São Pedro de Alcântara e o presídio e a penitenciária de Joinville também receberam o equipamento. Os scanners eram da Polícia Rodoviária Federal e foram cedidos ao sistema prisional.

– O inspetor Vasques, da PRF, falou desses scanners e disse que eles não estavam sendo usados. Em contato com outros Estados, soube que havia 13 e quatro vieram para Santa Catarina.

Para que os equipamentos começassem a operar, foi necessária uma atualização de software que custou R$ 12 mil para os quatro. Quem arcou com o valor foi Joinville, por meio do fundo rotativo.

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Desde a instalação do scanner, porém, não houve registros de visitas tentando entrar com algo proibido. Além disso, de maneira geral, as restrições no Complexo costumam ser respeitadas.

– Aqui todo mundo sabe que a revista é muito rigorosa, é muito difícil pegarmos algo. Faz muito tempo que isso não acontece – diz Stoberl.

O Complexo registra mais de mil visitas por mês. Todas são agendadas em dias diferentes, então não há filas para revistas. Todos os visitantes, seja para penitenciária ou presídio, passam pela revista.

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Revistas

Com o sucesso do novo equipamento, o diretor do complexo agora pleiteia a compra de um scanner corporal. Isso colocaria fim à necessidade de revista íntima, considerada constrangedora para as visitas.

Um equipamento desse, segundo o diretor, está sendo licitado na Bahia. Custaria cerca de R$ 480 mil, mas eliminaria a necessidade de os visitantes tirarem a roupa e agacharem sobre um espelho.

– Uma mulher chegou aqui e queria entrar na esteira do scanner para não precisar passar pela revista íntima – conta Stoberl.

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O dirigente já apresentou a proposta ao juiz de execuções penais e deve propor um consórcio com as cidades da região que tem detentos presos na Canhanduba. Tudo para tentar custear a compra do equipamento, capaz de detectar até mesmo drogas no estômago de uma pessoa.

Tanto o scanner corporal quanto o de objetos emitem radiação. Mas o valor, conforme Juliano Stoberl, é ínfimo, menor que a radiação a que se é exposto em uma viagem de avião.