O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considerou um “escândalo” o indiciamento nos Estados Unidos de alguns de seus guarda-costas, acusados de violência em Washington à margem de uma recente visita do chefe de Estado.
Continua depois da publicidade
“É um escândalo. É uma demonstração escandalosa de como funciona a justiça americana”, disse.
No total, 19 pessoas, incluindo 15 agentes de segurança turcos e guarda-costas de Erdogan, são suspeitos de agredir, no dia 16 de maio, manifestantes pacíficos curdos na capital americana.
Dos 15 agentes de segurança, três foram acusados na terça-feira: Mushin Kose, Yusuf Ayar e Harrettin Eren.
Continua depois da publicidade
A confusão aconteceu durante a noite de 16 de maio diante da residência do embaixador da Turquia em Washington, onde Erdogan estava após uma reunião na Casa Branca com o presidente americano, Donald Trump.
Doze pessoas ficaram feridas, inclusive um policial.
Erdogan anunciou nesta sexta-feira que em sua próxima visita aos Estados Unidos – prevista para setembro por ocasião da Assembleia Geral da ONU -, se encontrará com Trump “caso a oportunidade se apresente”.
O ministério turco das Relações Exteriores já havia condenado na quarta-feira as acusações, que chamou de “injustas e imparciais”.
Continua depois da publicidade
O governo informou que transmitiu sua reação ao embaixador americano em Ancara e o ministério das Relações Exteriores afirmou que se reserva “o direito de atuar pelas vias legais” contra as acusações, que considerou “infundadas”.
A relação entre Washington e Ancara piorou desde que o governo dos Estados Unidos decidiu armar as milícias curdas sírias, que a Turquia considera “terroristas”, para lutar contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria.
Além disso, a Turquia solicitou em várias ocasiões, em vão, a extradição de Fethullah Gülen, o religioso que mora na Pensilvânia e que Ancara considera o mentor do golpe de Estado frustrado de julho de 2016.
Continua depois da publicidade
Gülen nega qualquer envolvimento.
O presidente turco acusou em junho as forças de segurança americanas de não fazer nada enquanto grupos “terroristas” organizavam uma “manifestação a 50 metros” dele.
Dos 19 acusados em Washington, apenas dois estão detidos atualmente: Sinan Narin, residente na Virginia, e Eup Yildirim, que mora em Nova Jersey, ambos processados por suposta agressão.
* AFP