O presidente polonês, o conservador Andrzej Duda, promulgou nesta segunda-feira uma polêmica lei de reforma do Tribunal Constitucional denunciada pela oposição, na tentativa de paralisar esse órgão.
Continua depois da publicidade
Duda sancionou a lei depois de seu partido, o Direito e Justiça (PiS), tê-la aprovado no Senado, o que provocou a preocupação de especialistas e instituições polonesas e internacionais.
O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, havia pedido ao governo que não aprovasse a lei “antes de estudar plena e corretamente todas as questões relativas a seu impacto sobre a independência e sobre o funcionamento do Tribunal Constitucional”.
“Vou ser claro: considero que essa mudança contribui para reforçar a posição e a situação do Tribunal Constitucional”, afirmou Duda, nesta segunda-feira.
A nova lei entrará em vigor, após sua publicação no Diário Oficial.
Continua depois da publicidade
O texto introduz a regra da maioria qualificada de dois terços para as decisões importantes do Tribunal. A corte deverá contar, portanto, com o voto de 13 de seus 15 juízes em casos de grande relevância. Antes, eram necessários nove votos.
O chefe de Estado sequer esperou pela opinião da Comissão Europeia para a Democracia pelo Direito, o órgão consultivo do Conselho da Europa, que havia sido solicitada pelo Ministério polonês das Relações Exteriores.
Essa comissão é especialista em matéria de Direito Constitucional, no funcionamento das instituições democráticas e nos direitos fundamentais.
Na madrugada da última quinta-feira, os conservadores de Jaroslaw Kaczynsk conseguiram passar a lei no Senado, apesar dos pedidos de cautela feitos, sobretudo, pela Comissão Europeia. Para sua entrada em vigor, faltava apenas a sanção presidencial.
Continua depois da publicidade
O projeto foi debatido às pressas no Parlamento na terça-feira passada, aprovado por 235 deputados do PiS, 181 contra e quatro abstenções.
sw/mrm/alc/gm/pc/age/tt